Opinião

Junji Abe: ‘Alerta na educação básica’

Ex-prefeito de Mogi das Cruzes descreve, em artigo, os avanços da cidade na educação infantil, ao contrário do desempenho nacional do setor.

04/07/2016

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Junji Abe, ex-prefeito de Mogi das Cruzes e ex-deputado federal pelo PSD-SP
Plano Nacional de Educação completou dois anos com apenas um dos 21 objetivos de curto prazo atingidos.

É uma afronta o Plano Nacional de Educação (PNE) ter completado dois anos com só um dos 21 objetivos de curto prazo atingidos – fórum para acompanhar a evolução salarial dos professores. É a prova de que a nossa “Pátria Educadora” não passa de bordão publicitário.

Todas as crianças de 4 e 5 anos deveriam estar na pré-escola até 2016. Meta descumprida. Ainda segundo o PNE, até 2024, 50% das crianças de 0 a 3 anos de idade precisam estar em creches, mas 2,5 milhões de brasileirinhos estão fora delas.

Até 2024, o período integral tem de ser oferecido em 50% das escolas públicas, beneficiando 25% dos alunos da educação básica. Mogi das Cruzes é uma feliz exceção. Nossa Cidade cumpriu essa meta já em 2015: 51% dos estudantes em 68% da rede escolar municipal atendidos em tempo integral. O fato me deixa feliz, considerando que dei o pontapé inicial para este modelo implantando, em 2008, o primeiro Centro de Programas Educacionais (Cempre) Dra. Ruth Cardoso.

Merecem destaque também os avanços na educação infantil. O atendimento para alunos de 4 a 5 anos já havia sido universalizado em 2015 e as vagas em creches respondiam a 49,7% da demanda até o ano passado. Quando cheguei à Prefeitura, em 2001, eram só 32 creches. Também não havia escolas nem para oferecer ensino fundamental. Aumentamos em mais de 70% o número de vagas, além de modernizar os prédios com recursos multimídia e espaços poliesportivos. Já a implantação de creches exigia uma solução criativa, por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Fizemos parcerias com organizações sociais, ampliando em 134% a rede de creches. Meu sucessor deu continuidade ao processo.

Esses e outros avanços, contudo, nada seriam sem ensino de qualidade, que exige profissionais valorizados e qualificados. Significa dar à criança oportunidades para ser um cidadão capaz, inclusive, de competir no mercado de trabalho. Faz toda diferença num Brasil que amarga o 83º lugar entre 130 países pesquisados em estudo do Fórum Econômico Mundial. Nosso País aparece pior até que Bolívia (77º) e Paraguai (82º).

O péssimo desempenho reflete a má qualidade da educação básica. Mogi precisa manter a trajetória ascendente no setor. Quem quer que sejam os próximos prefeitos, têm obrigação de continuar o trabalho iniciado há mais de 15 anos. A sociedade mogiana não admitirá interrupções.

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