CAMPO GRANDE

Ação pioneira para atender pessoas que vivem nas ruas

A gestão do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), vai colocar em prática um projeto inédito para auxiliar pessoas em situação de rua na capital do Mato Grosso do Sul

23/03/2018

FacebookWhatsAppTwitter

O prefeito Marquinhos Trad: projeto articula rede de proteção e cuidado para pessoas e famílias vulneráveis.

 

Edição: Scriptum

 

A gestão do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), vai colocar em prática um projeto pioneiro no País, cujo objetivo é auxiliar pessoas que se encontram em situação de rua na capital do Mato Grosso do Sul. O projeto Campo Grande Acolhedora pretende, por meio de uma política intersetorial, envolvendo todas as secretarias e autarquias públicas, articular uma rede de proteção e cuidado para pessoas e famílias vulneráveis.

A iniciativa foi apresentada nesta quinta-feira (22), na Câmara Municipal, quando o secretário municipal de Assistência Social, José Mario Antunes, a convite dos vereadores, explicou detalhes do projeto, que num primeiro momento abrirá 100 novas vagas em comunidades terapêuticas para acolher pessoas em situação de rua e que apresentam dependência de substâncias químicas como álcool e entorpecentes.

A vice-prefeita Adriane Lopes, que coordena a ação junto com o secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Antônio Cézar Lacerda, lembra a dificuldade de convencimento dessas pessoas para saírem das ruas, principalmente aquelas que estão sob efeito de substâncias químicas. “Num primeiro momento, falar em 100 vagas parece pouco, mas o fato é que existe uma grande resistência por parte das pessoas que estão nas ruas. Elas não aceitam ajuda, não aceitam serem levadas e a legislação não permite que o Poder Público afronte a liberdade dessas pessoas. É preciso ter muito cuidado para lidar com essa questão, já que é uma escolha do indivíduo. O que estamos fazendo é melhorando as ferramentas e redobrando todos os esforços para convencer essas pessoas e promover essa mudança na vida delas”, explica a vice-prefeita.

O programa Campo Grande Acolhedora abrirá chamamento público para apoiar as comunidades terapêuticas que se habilitarem a receber as pessoas encaminhadas. Os encaminhamentos serão feitos pelas equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social – Seas, que desde a década de 1990 realiza busca ativa que identifique a incidência de pessoas vulneráveis.

Adriane Lopes chama atenção para a burocracia e dificuldade dos gestores em identificarem qual é o setor responsável pelas ações no sentido de amparar pessoas com dependência química e que vivem nas ruas. Para ela, a situação é lamentável, uma vez que já se arrasta há décadas e até hoje ninguém, de fato, conseguiu avançar nesta questão.

Segundo ela, “o fato é que, ao surgir um problema na área de enfrentamento da dependência química, ninguém assume a responsabilidade, já que cada área dentro do setor público tem suas limitações para adentrar nesta questão, devido às suas legislações e uma série de burocracia. O resultado dessa inércia: essas pessoas estão doentes e permanecem nas ruas. O que estamos apresentando é um trabalho conjunto, envolvendo todos os setores”.

Adriana Lopes explica que a proposta lançada agora é parte do plano de governo da gestão Marquinhos Trad, que pretende “buscar todas as alternativas para, de fato, enxergar essas pessoas em situação de rua e que são dependentes químicos, devolvendo-lhes a dignidade e, assim, suas vidas”.

De acordo com o projeto, o chamamento público para as comunidades terapêuticas será feito através da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais, que formalizará o convênio por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos – SDHU. De acordo com o secretário de Assistência Social, atualmente cerca de 25 entidades atuam em Campo Grande como comunidades terapêuticas.

Além da ação de abordagem e acolhimento, a Secretaria Municipal de Assistência Social lançou recentemente a campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa – Não dê esmola”, que busca incentivar as pessoas a não darem esmolas, já que a atitude colabora para a permanência das pessoas nas ruas e cria a ilusão de que é possível viver da mendicância.

FacebookWhatsAppTwitter

  0 Comentários

FacebookWhatsAppTwitter