ORÇAMENTO

Avanhandava busca o equilíbrio financeiro

O prefeito da cidade do interior paulista, Ciro Veneroni (PSD), tem planos para melhorar a segurança e saúde no município, mas antes tem que reduzir gastos e pagar dívidas

16/03/2017

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“Estou tentando trazê-la para os 54% que a lei manda”, diz o prefeito Ciro Veneroni.

 

 

Reduzir os gastos com a folha de pagamento de Avanhandava, município paulista com 11 mil habitantes, é a grande preocupação do prefeito Ciro Veneroni (PSD). Hoje, segundo o chefe do executivo, o gasto com o funcionalismo público consome 60% das receitas do município, sendo que o limite pela Lei de Responsabilidade Fiscal é de 54%. “Encontrei a folha de pagamento com índice totalmente fora da realidade. Estou tentando trazê-la para os 54% que a lei manda”, afirma.

Ele vem trabalhando para reduzir horas-extras e gratificações, mas reconhece: “Não é fácil. O outro segredo é aumentar a receita, aí o índice da folha cai. Mas está tudo em crise. É algo que me preocupa. Mas a gente tem que se adequar”, disse o prefeito em entrevista ao jornal Folha da Região, de Araçatuba, a maior cidade da região.

Empresário do ramo de transportes e de combustíveis, no ano passado, aos 47 anos, ele disputou uma eleição pela primeira vez e elegeu-se prefeito com 3.367 votos. No dois primeiros meses de governo, Ciro percebeu as diferenças entre o setor público e o privado. “O setor público é muito travado para se conseguir as coisas. É muita burocracia, muita regra, tudo lento, diferente do privado. A grande diferença é que no setor privado você tem que produzir, vender e receber. Essa é uma etapa. A outra é controlar a saída do que entrou. O setor público não tem a primeira etapa. A Prefeitura não tem que vender nada, produzir nada. Ela tem uma receita. Você tem a segunda etapa, que é controlar os gastos. A principal coisa é controlar a saída: comprar mais barato, cortar da melhor maneira possível. É o que estou aprendendo nos primeiros meses”, detalhou.

Ciro pretende trazer a Atividade Delegada para a cidade, ação em que os policiais militares são pagos para trabalharem durante a folga.

A situação financeira do município também é delicada em outros pontos. São cerca de R$ 3 milhões em precatórios para pagar e quase R$ 2 milhões de dívidas flutuantes (a curto prazo). “Estou pagando primeiro o que estou comprando. Na medida do possível, com o que está sobrando, estamos começando a liquidar alguma dívida do passado, mas bem de leve. Porque se você tentar pagar o que ficou para trás, não paga nem o seu”.

Outro área em que o prefeito pretende efetuar mudanças é a de segurança pública. Em 2014, os comerciantes da cidade fizeram um protesto pedindo mais segurança na cidade. Na visão de Ciro, a situação melhorou se comparada com 2014. Porém, para reforçar o setor, ele ainda pretende trazer a Atividade Delegada, ação em que os policiais militares são pagos para trabalharem durante a folga, reforçando o patrulhamento. “Dessa forma vamos melhorar a segurança na cidade”, destaca Ciro. Na gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo (2006 a 2012), a Operação Delegada permitiu reduzir a criminalidade em até 60% em algumas regiões da capital paulista.

Entretanto, para dar um impulso a todas as ações que Avanhandava necessita, o foco de Ciro agora é restabelecer o crédito da prefeitura e melhorar sua situação financeira. “Nós não tínhamos pediatra, agora já temos. Também precisamos fazer funcionar direito o que já temos. Um dos meus planos principais é terminar meus quatro anos com pelo menos 80% das ruas recapeadas. Porém, a nossa meta inicial é conseguir colocar a folha de pagamento dentro do que manda a lei e trazer emprego para o município”, conclui.

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