Bornier quer vacina contra hepatite A para todos

Projeto do deputado (foto) inclui vacina no calendário oficial. Mais de 138 mil casos desse tipo de inflação do fígado foram registrados no País entre 2000 e 2011

23/04/2015

FacebookWhatsAppTwitter
O deputado Felipe Bornier, autor da proposta.

O deputado Felipe Bornier, autor da proposta.

O Brasil está entre as nações com os mais altos índices de casos de hepatite A, inflamação benigna do fígado. Em uma tentativa de combater o problema, o Projeto de Lei 2.350/07, de autoria do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), foi aprovado nesta quinta-feira (23), com substitutivo, na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF). O texto prevê a inclusão da vacina no calendário básico de vacinação da criança e determina que sejam aplicadas duas doses, com intervalo de seis meses, a partir do primeiro ano de vida.

Leia também no PSD na Câmara

Atualmente, a vacina tem sido recomendada apenas para casos excepcionais como nos de portadores de doenças crônicas do fígado, doadores e receptores de órgãos, pacientes com Aids, com hepatites B e C, entre outros. “A hepatite A está diretamente relacionada com a falta de saneamento básico. O Brasil está entre as nações com alto índice da doença. Na região Sudeste, a prevalência da infecção varia entre 40% e 100%, conforme as condições de saneamento”, conta Bornier.

Em seu projeto original, o parlamentar propunha ainda a realização de campanhas educativas sobre os riscos provocados pelos demais tipos da doença, como a hepatite C, que destrói lentamente o fígado e ainda não possui vacina disponível. A medida, no entanto, não foi contemplada no substitutivo.

De acordo com Bornier, a população de risco e os meios de prevenção são os mesmos orientados aos pacientes com Aids ou hepatite B: evitar contato com sangue contaminado por compartilhamento de agulhas, material cirúrgico ou odontológico mal esterilizado, tatuagens e transfusão de sangue, além de usar preservativos em relações sexuais. “Dependentes químicos, moradores de rua e presidiários são populações que têm maior risco de contaminação.”

A vacina contra a hepatite B já está incluída no calendário nacional. O projeto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Contaminação

A hepatite A é uma inflamação do fígado causada por um vírus, geralmente tem um curso benigno, evoluindo para a cura espontânea em mais de 90% dos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, foram diagnosticados mais de 138 mil casos de hepatite A no Brasil entre 2000 e 2011. No mundo, são registrados 1,4 milhão de novos casos da doença todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O vírus da hepatite A é transmitido pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal. A pessoa infectada elimina o vírus nas fezes, podendo contaminar a água onde não existem condições adequadas de saneamento básico. As pessoas que tomarem essa água contaminada ou ingerirem alimentos crus lavados com essa água podem se infectar, assim como ao comer marisco ou frutos do mar crus, de água poluída com esgoto.

Outra forma de transmissão é decorrente falta de higiene adequada após evacuar, quando alguém infectado com o vírus manipula alimentos sem lavar as mãos após usar o banheiro. É muito frequente a contaminação entre crianças, que muitas vezes não lavam bem as mãos, pegam brinquedos que outras crianças vão pegar, e muitas vezes levam os brinquedos e as mãos à boca, dessa forma ingerindo o vírus.

FacebookWhatsAppTwitter

  0 Comentários

FacebookWhatsAppTwitter