Mobilidade

Câmara de São Paulo discute mais segurança para pedestres

Projeto do vereador Police Neto (PSD), o Estatuto do Pedestre será votado na próxima semana. Proposta cria regras que beneficiam cerca de 4 milhões de pessoas

25/04/2017

FacebookWhatsAppTwitter

O vereador Police Neto (PSD-SP)

 

Responsáveis por boa parte dos acidentes em ambientes urbanos, as calçadas das grandes cidades brasileiras já foram consideradas até mesmo como um problema de saúde pública. Tal situação, porém, pode começar a mudar a partir da próxima semana, quando a Câmara Municipal de São Paulo deve votar o Estatuto do Pedestre, de autoria do vereador Police Neto (PSD) e outros parlamentares. Para Police, “ser pedestre em São Paulo é como andar num campo minado. As calçadas são irregulares, esburacadas, não há rampas nem iluminação. E, em diversos lugares, não há sequer calçada”.

Mas o estatuto vai além das calçadas na defesa de quem se desloca a pé pelas ruas da maior cidade do País. Um de seus itens prevê também o aumento do tempo de travessia dos semáforos, uma vez que estudo da USP mostra que o tempo médio que os semáforos de SP ficam abertos para a travessia de pedestres é insuficiente e que os idosos ficam no meio do caminho.

De acordo com Police Neto, o Estatuto do Pedestre vai recolocar o pedestre no centro da política de mobilidade. Seu objetivo é transformar as calçadas em vias de circulação da cidade. “Afinal, todos nós somos pedestres e, mesmo assim, quem utiliza os próprios pés como meio de transporte tem sido muito maltratado”, diz o vereador paulistano, lembrando também que, se o projeto virar lei, a Prefeitura terá que iluminar não só o viário para veículos como também as calçadas, entre outras várias medidas.

O projeto tem o apoio da Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo – Cidadeapé –, criada em março de 2015 para defender as condições dos espaços da cidade para os pedestres. Para a entidade, “as viagens exclusivamente a pé representam o modo de deslocamento mais utilizado na Região Metropolitana. Os cerca de 4 milhões de pessoas que realizam seus deslocamentos a pé representam cerca de 31% das viagens – valor que aumenta se considerarmos todas as baldeações e integrações do transporte público. Nós entendemos que com as infraestruturas e políticas públicas necessárias se torna possível estimular a adoção da mobilidade a pé impactando positivamente na qualidade de vida urbana da cidade”.

A Cidadeapé lembra ainda que O Estatuto do Pedestre pretende instituir um planejamento amplo, sistemático e estrutural para quem se desloca a pé pela cidade, que culmina na consolidação de uma verdadeira rede de mobilidade a pé para São Paulo. “Seus instrumentos buscam a valorização da caminhada e seu reconhecimento como modo efetivo de transporte. A caminhada cotidiana deve ser estimulada de forma a atrair mais pessoas à sua prática, impactando positivamente na saúde e na qualidade de vida da população”.

Outro ponto destacado pela entidade é que “os ganhos individuais promovidos pelo deslocamento a pé refletem diretamente para a cidade e todos os seus habitantes, pois promoverá a redução de viagens curtas por automóvel e por ônibus, o que melhora o trânsito, a qualidade do ar e alivia a lotação do transporte público coletivo. Além disso, a caminhada representa o modo de transporte mais universal e inclusivo, promovendo a apropriação do espaço urbano pela população, interferindo também nas atividades econômicas e culturais e nas condições de segurança pública”.

FacebookWhatsAppTwitter

  0 Comentários

FacebookWhatsAppTwitter