Meio ambiente

Câmara discute desafios para preservação da caatinga

Ameaçado por severa seca, o bioma do Nordeste foi tema de sessão solene que reuniu alguns dos principais líderes da região. Encontro foi realizado a pedido do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB)

08/06/2017

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O deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) fala durante sessão solene em homenagem à Caatinga

 

Um dos mais importantes biomas do país, a caatinga – região semiárida que ocupa boa parte do Nordeste brasileiro – foi um dos temas discutidos na Câmara dos Deputados nesta Semana do Meio Ambiente. Com a presença de diversos líderes da região, foi realizada, a pedido do deputado federal Rômulo Gouveia (PSD-PB), sessão solene em homenagem à área, que ocupa 10% do território nacional e apresenta características únicas no mundo.

Para Rômulo Gouveia, “na semana do meio ambiente, nada mais justo que homenagear a Caatinga e discutir os desafios para preservação desse bioma genuinamente brasileiro”. Ele defendeu a criação de um programa de monitoramento do bioma, explicando que a ausência desse sistema é um problema para a realização de ações contra o desmatamento. “O monitoramento via satélite ajudaria na delimitação das áreas remanescentes da cobertura vegetal, das regiões suscetíveis à desertificação e das paisagens desmatadas que poderão sofrer um processo de desertificação”, completou.

O diretor do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Salomão de Souza Medeiros, disse que a pecuária extensiva, a exploração madeireira e o extrativismo mineral são as principais atividades que impactam o bioma. Ele acredita que a criação de áreas de conservação pode garantir a manutenção da Caatinga.

Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam que a caatinga é rica em biodiversidade: abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 espécies de répteis, 79 de anfíbios, 241 de peixes, 221 de abelhas e 932 espécies de plantas.

Além da sua importância ambiental, a caatinga é o lar de cerca de 27 milhões de pessoas que vivem e dependem dos seus recursos naturais. São indígenas, quilombolas, pequenos agricultores, populações que têm o seu modo de vida tradicional ameaçado pelo desmatamento, resultante da expansão da agropecuária e da extração mineral.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a principal ameaça ao bioma atualmente é a seca recorrente que provoca desertificação, a extração insustentável de lenha, a monocultura de árvores e cultivos, bem como a urbanização impulsionada pela especulação imobiliária. Além de reduzir a biodiversidade, tais mudanças generalizadas na cobertura do solo também podem influenciar o clima regional.

A severa seca vem castigando o Nordeste desde 2011. O processo de desertificação e degradação da vegetação na Paraíba ameaça a bacia hidrográfica do rio São Francisco, principal regime de águas do Semiárido brasileiro.

Estiveram presentes no debate o vice-presidente do Senado, o também paraibano Cássio Cunha Lima; o governador do Piauí, Wellington Dias; Elton Santana, secretário Executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Inovação; Salomão Medeiros, diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido (INSA); especialistas e deputados.

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