AMBIENTE

Desafios do País para preservar recursos hídricos

Para o deputado Junji Abe (PSD-SP), o Brasil precisa investir mais em educação ambiental, preservação da biodiversidade e pesquisas para racionalizar o uso da água

21/03/2018

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Junji Abe: busca incessante por soluções tem de ser uma prática obrigatória por parte do poder público e da sociedade

 

Edição: Scriptum

 

Investimentos em educação ambiental, na preservação e recuperação da biodiversidade e em pesquisas para racionalizar o uso de recursos hídricos. Esses são, na opinião do deputado federal Junji Abe (PSD-SP), os desafios a serem vencidos na questão da escassez de água no Brasil. Abe participou nesta terça-feira (20) do terceiro dia do 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, destacando sua visão sobre a busca de meios para aumentar a eficiência dos setores produtivos e garantir economia de água.

Realizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos. Representantes de 150 países participam do evento que ocorre pela primeira vez no hemisfério sul.

A discussão com o tema “Compartilhando Água” teve como destaque o painel “O papel dos parlamentos e o direito à água”. O debate reuniu pelo menos 100 parlamentares de cerca de 20 países. Em foco, o direito dos cidadãos à água e o trabalho dos parlamentos mundiais para garantir o acesso irrestrito da população a esse bem.

Ao mencionar números e projeções de especialistas, Junji lembrou o papel estratégico do Brasil, onde está 13% da água superficial doce de todo o planeta, a maior reserva hídrica mundial, “o que nos torna ainda mais responsáveis pelo controle do consumo e pela preservação dos mananciais”. O deputado observou que a disponibilidade da água não é homogênea no território nacional. A região amazônica, que registra a menor densidade demográfica do país, abriga 81% de toda reserva de água doce superficial do Brasil. “Por outro lado, nossa região Sudeste, somada ao Sul e Litoral, concentra 45% dos brasileiros e dispõem de apenas 3% do total dessa água”, comparou.

A desigualdade no acesso à água afeta todo o planeta. “Além de controlar o desperdício, que começa dentro casa, de melhorar os sistemas de gestão e de combater, de modo definitivo, a destruição de mananciais por poluição e desmatamento, temos que buscar projetos mais racionais de utilização da água, novas tecnologias, a preservação e recomposição da biodiversidade, sob pena de contribuirmos, em números importantes, para a escassez que se abaterá sobre as próximas gerações”, afirmou Junji.

Enquanto prefeito de Mogi das Cruzes (2001 a 2008), na Grande São Paulo, Junji presidiu, por duas vezes, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, constituído pelos 38 municípios da Região Metropolitana paulista. Ele observou que a busca incessante por soluções para a problemática da água tem de ser uma prática obrigatória por parte do poder público e da sociedade, considerando o “descompasso entre o tempo necessário para o ciclo de renovação da água e o ritmo com que exploramos os recursos hídricos”.

Setor agrícola

Até 2050, projeta a OCDE, aproximadamente 70% dos recursos hídricos serão empregados na produção de alimentos para fazer frente ao aumento populacional, caso não haja melhorias significativas nas atuais taxas de eficiência. Nesse contexto, Junji classificou como “essencial” o lançamento da Comissão Nacional de Irrigação da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ocorrido dentro do Fórum Mundial da Água.

Com a iniciativa, relatou Junji, é possível elevar a produção com menor consumo de água, sem perder de vista o respeito às particularidades de cada local, assim como os planos de bacia e de uso racional da água. Com um histórico de mais de 40 anos na liderança de entidades agrícolas, o deputado enfocou a alta qualificação técnica dos produtores de Mogi das Cruzes e cidades vizinhas, que fazem do Alto Tietê o Cinturão Verde de São Paulo e referencial brasileiro em tecnologia na horticultura.

No quesito uso racional de recursos hídricos, citou Junji, os policultores da região utilizam, há décadas, os mais modernos recursos tecnológicos de irrigação. “Foi-se, há tempos, o modelo convencional. Trabalhamos com irrigação por gotejamento ou sistema de microaspersão, além de utilizar equipamentos que conferem a necessidade de irrigar a planta de acordo com a umidade do solo. Tudo é feito para usar o mínimo possível de água”.

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