CÂMARA

Ideia em debate: trabalho obrigatório para presos

Indignado com o fato de que o custo mensal para manter infratores presos é igual ao gasto com a educação de jovens ao longo de um ano, Éder Mauro tem projeto para alterar a Lei de Execução Penal

01/10/2018

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Para o deputado Éder Mauro, trabalho seria uma forma de o condenado ressarcir as despesas ao Estado

 

Edição: Scriptum

 

“Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa pátria”. O alerta, feito pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, em 2016, sensibilizou o deputado federal Delegado Éder Mauro, do PSD do Pará.

Indignado com a ideia de que o custo mensal para manter infratores presos equivale praticamente ao mesmo gasto com a educação de jovens ao longo de um ano, Éder Mauro apresentou projeto de lei (9.556/18) para alterar a Lei de Execução Penal. Atualmente a legislação permite o trabalho remunerado ao preso, podendo ele se recusar. Para o parlamentar, com a alteração na lei, o preso passaria a compensar o estado com remissão da pena como contrapartida.

Para ele, regulamentar o trabalho de presos seria uma forma de o condenado ressarcir as despesas ao Estado. “Como dizia Benjamin Franklin: ‘o trabalho dignifica o homem’. No meio hostil que é estabelecimento penal, o trabalho, além de não deixar o preso ocioso, proporciona a sensação de se sentir útil. Muito além de reduzir despesa para o Estado, estimular que os presos a trabalhem é uma importante ferramenta no combate ao aliciamento para o crime organizado dentro e fora das cadeias”, afirma.

De acordo com o projeto, a União, Estados e municípios poderão utilizar até 100% do número de presos como empregados em obras de reestruturação e pavimentação de rodovias, reforma de prédio público e áreas públicas, bem como em serviços de limpeza realizados por órgãos da Administração Direta ou Indireta. Pelo projeto, o condenado também receberá um pecúlio, uma espécie de poupança, a ser liberada quando o preso for posto em liberdade.

O projeto aguarda parecer na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), antes de seguir para cotação em plenário.

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