PSD MULHER

Lideranças comunitárias querem usar a política como ferramenta de transformação

Reunidas pelo núcleo feminino do partido em São Paulo, mulheres proporão projeto de lei a vereadores do PSD

19/12/2016

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Lideranças definiram como meta para o próximo ano elaborar uma proposta de projeto de lei com sugestões de programas para crianças e adolescentes.

É necessário levar políticas públicas para as periferias das grandes cidades, onde as famílias estão perdendo suas crianças e adolescentes para o tráfico. Esta foi a principal conclusão do encontro que o PSD Mulher fez em São Paulo, reunindo lideranças comunitárias da zona Leste da cidade que atuam por meio de organizações não-governamentais ou de forma voluntária.

O encontro foi conduzido pela coordenadora nacional do núcleo feminino do partido, a ex-vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antonio. Ao final dele, as lideranças definiram como meta para o próximo ano elaborar uma proposta de projeto de lei com sugestões de programas para crianças e adolescentes. Estas ideias serão levadas aos vereadores do PSD na Câmara Municipal de São Paulo para serem apresentadas e transformadas em lei municipal.

“A política precisa das mulheres”, diz Alda Marco Antonio. “Elas tem um ponto de vista diferente”. A coordenadora nacional do PSD Mulher destaca que não há outro caminho para a transformação da sociedade: “Ela ocorre por meio da política, e o acesso a ela são os partidos políticos”. Segundo Alda, o empenho do PSD Mulher é mostrar que se a luta delas se der dentro do partido político, as vitórias serão multiplicadas. “Como militantes partidárias terão a chance conquistar seus anseios, usando a força dos parlamentares do partido para a criação de políticas públicas”, diz a coordenadora nacional do PSD Mulher. “Nas entidades sociais onde estão atuando hoje, trabalham com suas próprias forças, o que limita muito os resultados”.

Para Marileusa Ribeiro, integrante do núcleo feminino paulista, a mudança está ao alcance das mulheres: “Está em nossas mãos; reunidas em um partido político, somos mais fortes”, diz. O ponto de vista dela é compartilhado por Marcelina dos Santos, para quem “a política precisa das mulheres, da forma como elas veem o mundo”. Ivani Bôscolo, também do núcleo paulista do PSD Mulher, aponta que “o PSD está com as portas abertas para as mulheres e nós precisamos aproveitar isto”.

Do encontro participaram dez lideranças comunitárias, todas sem militância partidária: Salete Germano, Cleonice Aparecida Oliveira, Elisabete Dantas, Tatiane de Jesus Antonini, Vilma Martins, Karina Oliveira Silva, Janaina Roque, Elisabete da Silva, Rosana Oliveira e Maria Araújo.

Rosana Martins.

A cabeleireira Rosana Martins nunca militou em partidos. No Itaim Paulista, onde mora, usa a rede de relacionamentos que construiu em seu salão de beleza para fazer trabalho voluntário. “Eu e meus cinco filhos trabalhamos para recuperar os adolescentes que acabam no tráfico”, conta ela, que passou a desenvolver o trabalho de maneira sistemática quando uma de suas filhas foi envolvida pelas drogas. “Eu já fui até na Cracolândia tirar adolescente e oferecer a ele uma oportunidade”, lembra. “Eles precisam de opções de esportes, cultura, trabalho”.

Salete Germano, que é gestora de uma creche e um telecentro também no Itaim Paulista, considera que o tempo ocioso empurra crianças e adolescentes para as drogas e o tráfico. “Eles moram em casa pequena, vão para a rua e lá não têm cultura, esportes e lazer; assim, são facilmente aliciados”, diz ela, que é presidente da Associação Itajuíbe, organização não-governamental que começou a ganhar musculatura nos sete predinhos do núcleo habitacional da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) conhecido como P2. “Nosso trabalho, ali, é tentar trazer políticas públicas para a região, mas também temos nossos programas como o Bombeiro Mirim”. Trata-se de um projeto que ensina o ofício de bombeiro a partir dos 8 anos e até os 18, quando tornam-se bombeiros civis. Como as outras mulheres do grupo, nunca teve militância político-partidária.

Elisabete Silva é presidente do Instituto Miguel Prado, ONG que atua entre Guaianases, Itaim Paulista e o município de Ferraz de Vasconcelos. A entidade faz de tudo um pouco. “Damos palestras com nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais; fazemos aconselhamento de famílias com os mais variados problemas e atendemos 50 famílias que recebem complementação alimentar do Cresan (Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional)”.

Elisabete considera a periferia “muito vulnerável” pela ausência do Estado, o que explica o fato de crianças serem recrutadas cada vez mais cedo pelo tráfico: “Já vi meninos de oito anos trabalhando como ‘aviõezinhos’ (como são chamadas as crianças que levam drogas até o ponto de venda)”. Elisabete nunca teve atuação partidária, mas se entusiasmou e agora quer. “Me senti muito à vontade aqui. Tive liberdade para contar minhas experiências e dizer o que penso”, diz. “Na vida, tudo é oportunidade. Estou tendo uma e quero participar”.

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