Economia

Marcos Montes alerta para crise no setor leiteiro

Líder da bancada do PSD na Câmara afirma que a atividade – “de grande importância econômica e social” – vem enfrentando grandes dificuldades e precisa de socorro

19/10/2017

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Blairo Maggi aceita convite de Marcos Montes para ouvir os produtores de leite no Triângulo Mineiro

 

Os produtores de leite do Brasil gritam por socorro. O alerta é do deputado federal Marcos Montes (MG), líder da bancada do PSD na Câmara, segundo quem os produtores estão pressionados pela queda do preço do produto, em razão da importação de leite mais barato do Uruguai, e pela elevada carga tributária, entre outros problemas. “A cadeia produtiva do leite é, sem dúvida, um dos setores mais importantes do país, não apenas pelo impacto na economia, mas acima de tudo pelo que representa socialmente”, afirma o deputado.

Ele lembra que cerca de 50% do leite produzido no Brasil vem das pequenas fazendas. “Leite é o segmento que mais dá empregos no país, onde cerca de 4,5 milhões de pessoas trabalham no campo e nas indústrias de laticínios. E para 1,5 milhão de produtores o leite é o único salário do mês. Além disso, uma crise no setor impacta direto nas casas dos brasileiros comuns, onde o leite é um dos principais alimentos à mesa das famílias”, destaca Marcos Montes.

O deputado conta que, em Minas Gerais, o preço do litro do leite está prestes a atingir menos de R$ 1, quando o custo de produção chega até a R$1,55. “Não bastasse isso, existe a suspeita de que o leite do Uruguai estaria sendo hidratado no Nordeste e colocado no mercado, com baixa qualidade”.

Dessa forma, afirma Marcos Montes, “foi uma ótima medida do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, suspender a importação de leite do Uruguai, até que aquele país comprove que 100% do leite importado pelo Brasil é de origem conhecida, ou seja, até que a qualidade do produto seja averiguada”.

O líder do PSD na Câmara, porém, acredita que é necessário ir adiante no processo de recuperação da atividade leiteira. Ele vem buscando soluções com a promoção de conversas entre os produtores e o ministro Blairo Maggi, como a ocorrida em meados de outubro no Parque de Exposições da cidade de Prata, no Triângulo Mineiro. “É importante que ele ouça os produtores, que tenha a noção exata do que está acontecendo e que se posicione sobre o assunto, inclusive no sentido de dizer o que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pode fazer para amenizar a crise”, explica Montes.

De acordo com a OCB, o Brasil foi destino de 86% do leite uruguaio em pó desnatado e 72% do integral, em 2017. Nos primeiros seis meses deste ano, já foram importadas 41.811 toneladas de leite em pó do país. A tarifa zero em vigor e a ausência de uma negociação de cota são criticadas pelos produtores brasileiros.

Segundo os números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em junho de 2017, a expansão de postos de trabalho teve saldo positivo maior na agropecuária. Os Estados que mais empregaram foram Minas Gerais, Mato Grosso e Pernambuco. “O leite representa 24% do valor bruto da produção (VBP) da pecuária, perdendo apenas para a carne bovina. E não é só isso. Mais de 90 produtos têm o leite ou a proteína do leite na sua composição. O restante – mais de 24 bilhões de litros, é consumido na forma de leite fluido ou de seus derivados, tipo os queijos por exemplo”, diz Marcos Montes.

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