PESQUISA

Novos parâmetros para celulares estimulam investimentos

Medida anunciada pelo ministro Gilberto Kassab em São Paulo está vinculada à Lei de Informática e vai alavancar a pesquisa e desenvolvimento. Expectativa é que até R$ 600 milhões sejam investidos

10/12/2018

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O ministro Kassab: “Mercado vai potencializar investimentos em pesquisa e desenvolvimento em tecnologias e girar a economia”

 

Edição: Scriptum

 

Durante almoço promovido pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em São Paulo, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, anunciou na sexta-feira (7) mudanças nas regras do Processo Produtivo Básico (PPB) para a fabricação de telefones celulares na Zona Franca de Manaus. As alterações foram publicadas no Diário Oficial da União por meio de portaria conjunta do MCTIC e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

A decisão atende a uma demanda da indústria nacional. Também define incentivos e obrigações de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, no âmbito da Lei de Informática. A expectativa é que as fabricantes invistam até R$ 600 milhões nessas atividades, inclusive com repasses para investigações em centros de pesquisa e universidades.

Para o ministro, “o mercado local é da ordem de 50 milhões de unidades de telefones celulares ao ano. E a produção local, a partir dessa medida, pode perseguir esta demanda. Além disso, vai potencializar investimentos em pesquisa e desenvolvimento em tecnologias e girar a economia”. Kassab completou lembrando que “a Abinee mostra que a indústria eletroeletrônica é um setor exemplar no Brasil pelo que promove, pelo que ajuda no nosso desenvolvimento, pela maneira de trabalhar e acreditar no país”.

Infraestrutura

No mesmo evento, Gilberto Kassab destacou a ampliação da capacidade de pesquisa para que o País possa alcançar um novo patamar de desenvolvimento. “Nestes últimos anos, tivemos avanços importantes na área da pesquisa. Inauguramos o Sirius, o mais moderno laboratório de luz síncrotron do mundo. Trouxemos avanços em relação ao nosso primeiro satélite de propriedade do governo brasileiro, o SGDC, que vai levar banda larga e internet a todos os cantos do Brasil. E também a recomposição da nossa Estação Antártica, que vai nos permitir recomeçar pesquisas tão importantes para o nosso desenvolvimento. Tudo isso mostra o nosso compromisso com o futuro do Brasil”, disse Kassab.

O Sirius é a maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já construída no país. Feito com tecnologia 100% nacional e instalado no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), ele é composto por três aceleradores de elétrons, que têm a função de gerar a luz síncrotron. Essa luz de altíssimo brilho é capaz de revelar estruturas, em alta resolução, dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros.

Já o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) é o primeiro satélite brasileiro de uso civil e militar. Parte da capacidade do equipamento será destinada às comunicações estratégicas das Forças Armadas, enquanto outra será voltada ao fornecimento de sinal de banda larga em todo o território brasileiro.

Por fim, a construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) vai permitir que o Brasil dê continuidade à presença e à pesquisa naquele continente. A infraestrutura anterior foi destruída por um incêndio e a previsão é que a nova unidade fique pronta no verão de 2019.

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