ECONOMIA

Paraná aposta em projeto para ligar Atlântico e Pacífico

Assunto foi tratado entre o governador Ratinho Junior (PSD) e o diretor-geral brasileiro de Itaipu. Meta é reduzir em 8 mil quilômetros a distância até os mercados da Ásia

18/03/2019

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O governador Ratinho Junior recebeu o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna. Foto: Rodrigo Félix Leal / ANPr.

 

 

Edição: Scriptum

 

O corredor bioceânico, uma ferrovia ligando os portos de Paranaguá e Antofagasta, no Chile, foi um dos temas discutidos em encontro no Palácio Iguaçu entre o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e o diretor-geral brasileiro da usina Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira (18). A ideia, de acordo com Ratinho Junior, é usar a influência da Itaipu para criar um ambiente político propício, junto a autoridades dos países vizinhos, para tirar esse projeto do papel.

A criação de um caminho ferroviário bioceânico vai reduzir em oito mil quilômetros a distância até os mercados da Ásia que compram grãos, commodities e outros produtos do Estado. Essa é uma das características centrais do projeto que vem sendo discutido entre autoridades, empresários e líderes cooperativistas paranaenses.

O presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel – Coopavel, Dilvo Grolli, afirma que o corredor vai reduzir custos da produção paranaense. Entusiasta do projeto, ele acredita que “essa será a grande obra do século, porque vai aproximar os produtos do Paraná de um mercado consumidor formado por três bilhões de pessoas”.

Atualmente, o Oeste do Paraná exporta cinco milhões de toneladas de soja via Porto de Paranaguá. O custo do frete rodoviário, por tonelada, é de R$ 150. Com uma ferrovia bem estruturada, a redução de custos seria de R$ 60 por tonelada, significando R$ 300 milhões anualmente injetados na economia regional, gerando empregos, oportunidades e mais qualidade de vida. O porto, segundo Dilvo Grolli, precisa também será fortalecido com as produções do Paraguai e Mato Grosso do Sul.

 

A criação de um caminho ferroviário bioceânico vai reduzir em oito mil quilômetros a distância até os mercados da Ásia que compram grãos, commodities e outros produtos do Estado

 

Projetos Estruturantes

No encontro desta segunda-feira, o governador Ratinho Junior sugeriu que a diretoria da Itaipu promova reuniões com embaixadores dos países por onde passaria o traçado da futura ferrovia, como Argentina, Chile e Peru – um primeiro passo antes de iniciar a execução do projeto. “É um diálogo que vale a pena, já que é uma obra estruturante muito importante e um sonho antigo do País”, afirmou Silva e Luna.

Ratinho Junior falou sobre o interesse de empresas chinesas na execução do projeto, reiterado pelo embaixador da República Popular da China, Yang Wanming, que esteve na semana passada no Palácio Iguaçu. Naquela reunião, o governador destacou que a Itaipu ficaria responsável pelo projeto executivo da nova ferrovia.

A Itaipu Binacional deve ser parceira do Governo do Estado na execução de outros projetos para a infraestrutura do Paraná. Um deles já foi definido. É a segunda ponte entre Brasil e Paraguai, que será construída em Foz do Iguaçu com recursos da hidrelétrica e gestão do governo estadual.

No encontro também foram tratados de outros projetos estruturantes, como o novo traçado ferroviário até o Litoral e a modernização das rodovias estaduais. “Nossa produção agropecuária dobra a cada dez anos, mas tanto as rodovias quanto as ferrovias estão defasadas para escoar esses produtos”, afirmou o governador Ratinho Junior. “Queremos posicionar o Paraná como o maior produtor de alimentos do mundo. Para isso, precisamos vencer os desafios e modernizar os modais logísticos”, disse.

Ratinho Junior ressaltou que o governo está preparando um plano diretor da infraestrutura do Estado e vai destinar R$ 270 milhões para a elaboração de projetos executivos, necessários para a execução das obras. Além disso, também trabalha junto com o governo federal para ampliar a área de concessão rodoviária estadual, incluindo mais mil quilômetros de rodovias no Anel de Integração.

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