Participação de mulheres no comando de empresas latino-americanas é uma das menores do mundo

Mulheres ocupam apenas 6,4% dos postos de comando das 100 maiores empresas da América Latina, número maior apenas que o registrado no Oriente Médio, 0,9%. Adriana Flosi (foto), do PSD Mulher, diz que o sistema de cotas pode mudar o quadro.

19/05/2015

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Adriana Flosi, vice-coordenadora do PSD Mulher, presidente Associação Comercial e Industrial de Campinas e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campinas (CDL).

Adriana Flosi, vice-coordenadora do PSD Mulher, presidente Associação Comercial e Industrial de Campinas.

As mulheres ocupam apenas 6,4% das posições de comando das 100 maiores empresas da América Latina, número maior apenas que o registrado no Oriente Médio, 0,9%. A informação, de estudo realizado pela americana Corporate Women Directors International, foi divulgado durante o Global Summit of Women, considerado o mais importante fórum internacional de negócios e economia para mulheres, que celebrou seu 25º aniversário no Brasil com o tema “Mulheres Criativas, Economias Criativas”.

Os números revelam que entre 2005 e 2015 a participação feminina no board das grandes empresas latino-americanas cresceu apenas 1,3%. “Se continuarmos nesse ritmo, ainda levaremos muitos anos para chegar a uma certa equidade”, diz Adriana Flosi, vice-coordenadora do PSD Mulher, presidente Associação Comercial e Industrial de Campinas e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campinas (CDL), que participou do Global Summit.

Segundo ela, “os relatórios mostram que todas as empresas onde há diversidade maior de gênero, se desenvolvem mais e não porque a mulher é mais importante, mas porque existe o equilíbrio do papel do homem e da mulher, e esse equilíbrio contribui para que a economia se desenvolva”.

No Brasil, apenas 6,3% dos postos de decisão são ocupados por mulheres, índice ligeiramente abaixo do registrado na América Latina. Nas seis maiores corporações que atuam no Brasil, não há mulheres no conselho de administração, segundo o relatório. “Temos muito a evoluir, e só conseguiremos se tivermos uma estratégia, que tem que ser por meio de cotas nos cargos diretivos das empresas, assim como na participação política”, afirma Adriana.

Há um projeto de lei tramitando no Senado que prevê o regime de cotas para empresas estatais: 40% dos diretores devem ser mulheres. A proposta é apontada como uma das opções para aumentar a equidade nas empresas brasileiras. Por ele, empresas estatais deveriam aumentar o percentual de mulheres diretoras em pelo menos 10% a cada dois anos, até atingir um mínimo de 40%. O projeto aguarda aprovação da Comissão dos Assuntos Sociais. Hoje, 22 nações, nenhuma delas da América Latina, adotam cotas para mulheres, sejam para empresas estatais ou de capital aberto.

Adriana, que também defende a cota de no mínimo 30% das cadeiras do Legislativo para as mulheres, considera que com uma participação mais igualitária nas empresas elas poderão apoiar economicamente a candidatura política de outras mulheres, aumentando assim a representação política feminina. “Vários países influentes têm sistemas de cotas para empresas privadas e para empresas públicas. Temos que sensibilizar a presidente da República para que ela aprove o sistema de cotas nos cargos de diretoria e de administração de empresas públicas, além da cota de 30% para os cargos eletivos. Só através do poder econômico a gente vai conseguir atuar no poder político também, pois o poder politico é transformador”, ressalta.

No Global Summit of Women foram apresentadas várias pesquisas que mostram que o aumento da presença das mulheres em cargos de liderança corporativos – como diretoras ou executivas seniores – está relacionado com as empresas de maior rentabilidade e sucesso financeiro. Contudo, diversos dados mostraram o quanto ainda falta para que haja uma participação mais igualitária das mulheres no desenvolvimento da economia de seus países. O relatório da CWDI mostrou que 93% dos principais cargos diretivos no mundo são ocupados por homens. Com somente 6,4% de participação de mulheres na direção de empresas, a América Latina está atrás da América do Norte (19,2%), Europa (20%) e região Ásia–Pacífico (9,4%), e à frente apenas do Oriente Médio (0,9%), região em que as mulheres têm pouquíssimos direitos.

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