EDUCAÇÃO

PSD Jovem debate ensino a distância

No auditório da sede do partido, em São Paulo, o sociólogo Marcelo Cabral e o estudante de Administração Pública da FGV Victor Hugo Duque discutiram os aspectos negativos e positivos desse método de aprendizagem

27/09/2017

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O sociólogo e psicanalista Marcelo Cabral, um dos convidados do evento.

 

Quais são os aspectos positivos e negativos do Ensino a Distância (EAD) e do autodidatismo? O poder público tem como garantir a qualidade dos cursos que praticam esse método? Para discutir esses e outros questionamentos, o núcleo do PSD Jovem em São Paulo promoveu debate nesta terça-feira (26), no auditório da sede do partido, na capital paulista.

O encontro contou com as apresentações do sociólogo e psicanalista Marcelo Cabral, crítico desse método de aprendizagem, e do estudante de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Victor Hugo Duque, entusiasta do EAD. Ambos defenderam seus pontos de vista não apenas baseados em conhecimentos teóricos, mas a partir das próprias experiências.

Professor de Sociologia na rede estadual, Cabral criticou o nível do ensino oferecido pelas instituições que promovem os cursos a distância. “No Brasil, você tem escolas de péssima qualidade se apropriando desse modelo para ganhar dinheiro, vender cursos e emitir diplomas outorgados pelo MEC. É uma produção mercadológica para vender um produto”, destaca o sociólogo.

O sociólogo destacou ainda que “a educação deve valorizar o ser humano” e criticou o que classifica como “autismo digital”, a apatia provocada pelo abuso da utilização da tecnologia. “O jovem fica ali naquela máquina e não tem uma vivência social, não sabe interagir. Ele fica numa redoma”, afirma Cabral. Segundo o professor, o EAD não deve ser usado como base da formação de um indivíduo, mas como recurso complementar em atividades de pesquisa.

Educação doméstica – Após concluir o Ensino Fundamental, Duque obteve o apoio dos pais para prosseguir os estudos por conta própria em casa, adotando o modelo homeschooling (ensino doméstico, em inglês). “Conhecia muitos amigos que faziam isso nos Estados Unidos e estava muito frustrado porque não conseguia desenvolver os conhecimentos que desejava na sala de aula. Meus pais deixaram, desde que eu prestasse o Enem e vestibulares todos os anos, para que pudessem acompanhar meu rendimento”, explica o universitário.

Para Duque, um dos principais pontos positivos do homeschooling é o fato de que “o aluno se torna autor do seu próprio ensino, uma pessoa que experimenta a todo momento seus erros e acertos.” Entretanto, ele acredita ser necessária a regulamentação desse método de ensino, utilizado atualmente por cerca de 6.000 crianças no Brasil.

Alto nível – Responsável pela organização do debate, o coordenador estadual do PSD Jovem, Rafael Auad, elogiou o alto nível das discussões e destacou a intenção do partido de promover o pensamento livre. “Não queremos impor uma opinião e fazer com que os jovens levem isso para a sociedade como militantes. Pelo contrário, queremos que formem suas próprias opiniões sobre determinados temas polêmicos e relevantes para a conjuntura do País.”

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