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Sirius coloca País na fronteira do conhecimento científico

Para o ministro Gilberto Kassab, acelerador coloca o Brasil na “pole position” da ciência mundial. A primeira etapa do projeto foi entregue em Campinas (SP), com a presença do presidente Temer

14/11/2018

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O ministro Kassab e o presidente Temer, durante a inauguração da primeira etapa do Sirius

 

Edição: Scriptum

 

O maior projeto da ciência brasileira, o Sirius, novo acelerador de elétrons do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), teve sua primeira etapa inaugurada nesta quarta-feira (14), em Campinas (SP), pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

Iniciado em 2012, o Sirius é uma infraestrutura de pesquisa de última geração, estratégica para a investigação científica de ponta e para a busca de soluções para problemas globais em áreas como saúde, agricultura, energia e meio ambiente. Será um laboratório aberto, no qual as comunidades científica e industrial terão acesso às instalações de pesquisa. “Este é o verdadeiro exemplo da união em favor de uma nação. Um projeto de Estado, que transcendeu governos e agora nos coloca na dianteira da ciência mundial. Feito totalmente por brasileiros, para o bem dos brasileiros. Tenho orgulho e me sinto honrado em participar”, disse Kassab.

Ele comparou a busca pelo conhecimento científico a uma corrida de automóveis, onde “cada ano um país está na frente”. “Com esta inauguração, o Brasil, inquestionavelmente, conquista a pole position do mundo das pesquisas.”

Para o presidente Temer, com a entrega da primeira etapa do projeto “estamos presenciando um Brasil que avança a passos largos. É um país que passa a integrar o seletíssimo grupo de países que dispõe de um acelerador de elétrons de quarta geração. É também a prova cabal de brasileiros e brasileiras que se dedicam dia e noite a colocar o Brasil na fronteira do conhecimento”.

O ministro Kassab concordou. “Realmente, é um equipamento que passa a ser uma referência para todos os cientistas do mundo. Aqui, isso significará avanços notáveis em todos os campos possíveis”.

O projeto

O Sirius compreende um grande equipamento científico, composto por três aceleradores de elétrons, que têm como função gerar um tipo especial de luz: a luz síncrotron. Essa luz de altíssimo brilho é capaz de revelar estruturas, em alta resolução, dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros. Esta primeira etapa abrange a conclusão das obras civis e a entrega do prédio que abriga toda a infraestrutura de pesquisa, além da conclusão da montagem de dois dos três aceleradores de elétrons. O terceiro acelerador – e também o principal deles – está em processo de montagem.

Construído com tecnologia 100% nacional, o Sirius “levanta a autoestima do brasileiro, em especial, da ciência brasileira”. “Ganha o Brasil. Ganha o Brasil na medicina, na agricultura e em qualquer segmento que seja ser analisado no campo da pesquisa e da ciência com esse equipamento”, ressaltou Gilberto Kassab.

Orçado em R$ 1,8 bilhão, o projeto é financiado pelo Ministério de Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Até agora, cerca de R$ 1,12 bilhão foram repassados para o Sirius, sendo R$ 282 milhões em 2018. “Gostaríamos de agradecer o apoio fundamental do presidente Temer para que pudéssemos chegar a este momento”, acrescentou o ministro.

O Sirius ficará abrigado em um prédio de 68 mil metros quadrados (equivalente a um estádio de futebol). Sua estrutura foi projetada e construída para atender padrões de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes. No Sirius, a demanda por estabilidade e prevenção de vibrações demandou um piso constituído de uma única peça de concreto armado, de 90 cm de espessura e com precisão de nivelamento de menos de 10 milímetros. A temperatura na área dos aceleradores não poderá variar mais que 0,1 grau Celsius.

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