RIO DE JANEIRO

Solange Carvalho: luta contra a violência e pelo empoderamento feminino

Vice-coordenadora do PSD Mulher no Estado testemunhou diversos casos de abuso e agressões domésticas. Para transformar essa realidade, quer maior participação das mulheres na política

20/12/2017

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Solange Carvalho, vice-coordenadora do PSD Mulher-RJ

O convívio com a face mais cruel da violência praticada diariamente no País contra mulheres, crianças e idosos alimentou a repulsa e o senso de justiça da médica Solange Carvalho, vice-coordenadora estadual do PSD Mulher do Rio de Janeiro. Formada pela Escola de Medicina da Fundação Souza Marques, a líder carioca especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Ortomolecular e Medicina do Trabalho, destacando-se não apenas pela competência, mas pela indignação e a solidariedade diante de uma série de casos de abuso sexual e agressões domésticas que testemunhou em 30 anos de profissão.

Acuadas pela dependência financeira e problemas de autoestima, muitas vítimas ainda preferem se calar. “Há mulheres que sofrem violência psicológica, apanham e vivem perdoando, com medo de perderem as garantias do casamento ou na esperança de que aquilo vai melhorar. Precisamos promover a autonomia feminina, fazer com que se sintam importantes e tenham o próprio trabalho”, afirma a médica.

Durante o tempo em que atuou no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro, Solange também teve contato com histórias de violência sexual contra menores, como a da menina de apenas dois anos e oito meses, criada em uma família de classe média, que foi estuprada pelo próprio pai. “É uma coisa absurda. A menina parou de falar, não interagia mais e não andava. Teve de levar 64 pontos na região do períneo. A idade mais frequente das vítimas de estupro é de crianças, de zero a dez anos, e adolescentes até os 14 anos. Em 90% dos casos, os agressores são parentes ou pessoas próximas da família”, conta Solange.

A médica destaca que o estupro nada tem a ver com classe social, nível de instrução ou gênero e cita como exemplo outro caso estarrecedor ocorrido com um menino estuprado pelo pai, um militar. “Uma vizinha denunciou e o garoto foi levado ao Instituto Médico Legal por conta de um espancamento. Percebi que tinha algo estranho porque vi o menino sentadinho em uma nádega só. Ele tinha nove anos e era estuprado desde os quatro. O pai perdeu a guarda da criança e um médico ficou com a tutela do garoto”, relembra a médica, que ministra palestras sobre saúde e sexualidade.

Política – Filiada ao PSD há dois anos, Solange acredita na atividade política como ferramenta importante para o empoderamento feminino e o combate às várias formas de violência. Em 2016, concorreu ao cargo de vereadora e, apesar de não ter conquistado uma vaga na Câmara Municipal, a experiência fortaleceu suas convicções. “Hoje em dia, nós, mulheres, somos 45% dos chefes de família do Brasil inteiro. Se podemos administrar famílias, empresas, economias e fazer isso com maestria, porque não podemos legislar em nosso favor e empoderar outras mulheres, para termos uma sociedade mais justa?”, questiona a vice-coordenadora, conhecida pela ativa participação na luta em defesa dos direitos femininos e dos idosos.

Desde o último dia 2, a médica compõe um trio de líderes combativas e destacadas em suas áreas de atuação, ao lado da coordenadora estadual do PSD Mulher, Helaide Teixeira, e da secretária do núcleo no Rio de Janeiro, Andreia Serique. “Sou uma vice bem atuante, participando ativamente do dia a dia e dos projetos desse segmento. No Rio de Janeiro, não queremos mulheres para colocar em vitrines, mas para trabalhar. Vamos arregaçar as mangas e convocar a todas para se unirem a nós nessa luta”, frisa Solange.

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