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Ricardo Patah: ‘Arroz de festa’

Presidente da União Geral dos Trabalhadores e coordenador nacional do PSD Movimentos lembra que milhares de brasileiros passam fome e defende ações para que a economia volte a crescer e criar empregos

05/10/2020

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Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores e coordenador nacional do PSD Movimentos

Por essa ninguém esperava. Está faltando arroz em muitas mesas dos brasileiros por causa do preço. Virou arroz de festa, literalmente. Só come quem tem dinheiro. Até agora, seu significado popular, entre outros, era de “figurinha fácil”, que estava em todo lugar, especialmente na mesa dos mais pobres.

O arroz sumiu, e com ele veio outra notícia desoladora: a fome atinge mais de dez milhões de pessoas. E vamos deixar bem claro: a fome é uma das mais graves situações pela qual o ser humano pode passar. Uma pesquisa mais aprofundada mostra que de 2008 a 2017, 63.712 pessoas morreram de fome, ou seja, 17 por dia, aqui no nosso país, um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

Esse cenário é agravado por outro número alarmante: pela primeira vez na História do Brasil, somente 47,9% da força de trabalho, dos 82,5 milhões de trabalhadores, estão empregados.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) entende que, diante das mais de nove milhões de demissões de trabalhadores, de abril a junho, é fundamental que seja feito o que for possível para que a economia volte a crescer e mais empregos sejam oferecidos.

Essa maneira de agir também precisa se adaptar ao chamado “novo normal”, expressão que procura contemplar inusitadas formas de comportamento, resultantes do isolamento social, que trouxe o trabalho em casa e a explosão do e-commerce, entre outras coisas. Somos, por circunstâncias do desenvolvimento mundial, uma nação digital. Esse futuro, para onde caminhávamos com a revolução 4.0, chegou em apenas seis meses de flagelo da covid-19.

O auxílio emergencial de R$ 600 está salvando a economia. Todo mundo — especialmente empresários e economistas — reconhece isso. Mas esse valor só foi adotado porque as centrais sindicais, os movimentos populares, a oposição e parte de políticos que apoiam o governo fizeram pressão e foram apoiados, na Câmara, pelo presidente Rodrigo Maia e, no Senado, pelo presidente Davi Alcolumbre.

Bolsonaro e Guedes (Economia) queriam dar somente R$ 200. Mais de 66 milhões de trabalhadores informais se aproveitaram do benefício de R$ 600, e a avaliação positiva do presidente, que era de 25%, subiu para 40%, podendo-se dizer que o governo “ganhou na loteria” sem querer.

Agora, a MP 1.000 baixou o auxílio emergencial para R$ 300. Já estamos com uma campanha na rua para voltar os R$ 600 e é fundamental que esse valor seja aprovado de novo. Caso contrário, teremos logo logo uma pandemia do desemprego e outra da fome, agravando, com consequências imprevisíveis, a pandemia da Covid-19, que não está merecendo do governo federal os cuidados que deveria.

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