CONGRESSO

Aziz garante: CPI da Pandemia não acabará em pizza

Na reta final dos trabalhos da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirma que o relatório final sai este mês e não será engavetado. “Ninguém engaveta 600 mil vidas, como nós perdemos até o momento”

04/10/2021

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Para Aziz, a forma como o governo federal conduziu o combate à doença no Brasil é “estarrecedora”.

 

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), já marcou a data para a votação do relatório final; será no dia 20 de outubro. Segundo ele, essa data só será alterada caso a CPI encontre algum “fato grave” que mereça mais investigações. E Aziz garante: o trabalho do colegiado não vai “acabar em pizza”, com o relatório final engavetado em alguma instância. “Engavetado eu tenho certeza que não será. Porque ninguém engaveta 600 mil vidas, como nós perdemos no Brasil até o momento”, afirma o parlamentar amazonense.

O parecer da comissão, segundo se prevê, deve enquadrar o presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo por atos e omissões na pandemia do coronavírus. Para Aziz, a forma como o governo federal conduziu o combate à doença no Brasil é “estarrecedora”. Citando como exemplos o apoio ao tratamento precoce da covid-19 com medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença e a demora na aquisição de vacinas, ele afirma que “o governo brasileiro prevaricou e não foi uma pessoa, foram várias”.

Sobre as denúncias contra a Prevent Senior, operadora de saúde acusada de orientar profissionais a recomendar medicamentos sem comprovação científica no tratamento da covid, realizar experimentos em pacientes sem autorização das famílias e alterar prontuários, o senador acredita que não se trata de fatos isolados. “Em várias unidades básicas de saúde isso foi propagado pelo governo”, disse, citando o aplicativo TrateCov, que recomendava o chamado “tratamento precoce” contra o coronavírus.

O representante do PSD do Amazonas diz que sentiu muita revolta com alguns dos fatos revelados pela CPI. Um deles foi a informação de que a Pfizer enviou e-mails ao Ministério da Saúde oferecendo contratos pelo imunizante mais de uma vez sem obter resposta. Além deste caso, a CPI investigou também suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato acabou sendo suspenso pelo governo. “O Brasil foi o único país que usou intermediário para negociar vacinas”, disse o senador.

O presidente da comissão também se mostra preocupado com o futuro da pandemia no país, principalmente com relação à aplicação da terceira dose dos imunizantes. Segundo ele, o “governo tem que se mexer”, e o planejamento do Ministério da Saúde para 2022 também será abordado no relatório final da CPI. “A CPI fez avançar a vacinação. Fez as pessoas descobrirem que o tratamento precoce pode matar. Descobriu e mostrou que imunização de rebanho é crime contra a humanidade”, concluiu.

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