DEBATE

Brasil caminha devagar para tornar cidades inteligentes

A conclusão é de especialistas que participaram de seminário promovido na Câmara, com a presença do deputado federal Francisco Júnior, do PSD de Goiás

09/10/2019

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Edição: Scriptum

 

O uso de tecnologia para se viver melhor, conforme define o deputado federal Francisco Júnior (PSD-GO), é o objetivo do processo de criação de cidades inteligentes. O parlamentar goiano é um dos relatores do tema cidades inteligentes no Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados (Cedes), que promoveu seminário na terça-feira (8) para discutir a questão com especialistas. E a conclusão foi de que o Brasil caminha a passos mais lentos do que o desejável quando se fala em cidades inteligentes, humanas e sustentáveis.

O seminário foi dividido entre o uso de tecnologias inteligentes e sensitivas; a sustentabilidade; a sociedade inovadora e altamente qualificada; a governança mediada por tecnologia e participação cidadã; e a economia baseada em conhecimento.

Para Francisco Júnior, a cidade inteligente “busca reunir todas as condições para se viver melhor – usando, para isso, todas as tecnologias, focando na qualidade de vida da pessoa, para que ela possa viver, se locomover, trabalhar, usar a cidade de forma mais inteligente, aproveitando mais os recursos de forma sustentável”.

Um dos exemplos de sucesso citado é a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, polo tecnológico no Nordeste, que caminha a passos largos para se tornar uma cidade inteligente. A coordenadora de pesquisas do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Débora Albu, afirma que há muitas iniciativas nos níveis federal, estadual e municipal. Ela reconhece que o setor público contribui bastante, mas não o suficiente.

“Mas a gente também precisa do setor privado, da academia liderando esse processo, e também da sociedade civil, seja organizada ou não organizada. E, por fim, a gente precisa dos cidadãos. Uma das perguntas que apareceu lá é: ‘Quem faz a cidade inteligente?’ E quem faz somos todos nós”, disse.

Para o presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Ruben Delgado, o Brasil ainda se encontra na posição de consumidor de tecnologia, quando poderia ser produtor e exportador, gerando divisas para o país. Segundo ele, é necessário incentivar e aproveitar a inteligência brasileira.

“Precisamos atrair e reter talentos. Nós somos exportadores de cabeças para o mundo lá fora, temos vários jovens trabalhando nos Estados Unidos e em outros países. Temos que ter políticas públicas para pegar esse jovem, que é talentoso, que tem conhecimento técnico, para ficar no nosso país. E isso se faz através de políticas públicas.”

O objetivo do evento foi discutir os novos conceitos e instrumentos capazes de gerar inovação e melhorias para cidades e cidadãos brasileiros. A partir do seminário e de outras reuniões sobre as cidades inteligentes, o Centro de Estudos e Debates Estratégicos pretende identificar os principais problemas relacionados à questão e propor soluções.

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