Combate à poluição fica no papel e emissão de gases do efeito estufa cresce 7,2% em SP

Entre outras medidas, prefeito Fernando Haddad (PT) suspendeu o programa Ecofrota, alegando questões técnicas e financeiras.

22/05/2014

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Medidas de combate à poluição na cidade de São Paulo previstas na Lei de Mudanças Climáticas não saíram do papel na atual gestão na Prefeitura, informa reportagem publicada pelo jornal Metro nesta quarta-feira (21). A Lei, proposta pela gestão Gilberto Kassab (PSD), foi aprovada pela Câmara em 2009.

Conforme a reportagem, em vez de uma redução de 30% na emissão de gases de efeito estufa, como previsto, houve um crescimento de 7,2% na concentração de poluentes, segundo levantamento apresentado pela Rede Nossa São Paulo.

O Metro informa que a atual gestão sequer iniciou a substituição dos ônibus movidos a óleo diesel por modelos “limpos”. Segundo o jornal, a lei determina que os coletivos sejam trocados até 2018 por veículos que utilizam combustíveis renováveis, mas o prefeito Fernando Haddad (PT) suspendeu o programa Ecofrota, alegando questões técnicas e financeiras.

Entre 2011 e 2012, na gestão Kassab, mais de 1.200 ônibus, de uma frota total de 15 mil coletivos do sistema de transporte municipal, passaram a utilizar combustíveis renováveis. O Programa Ecofrota, que prevê a utilização progressiva de combustíveis limpos na frota de ônibus de São Paulo, conseguiu reduzir em 14% as emissões dos poluentes dos ônibus no primeiro ano de sua implantação, entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2012.

O jornal informa ainda que o presidente da frente parlamentar pela sustentabilidade, o vereador Ricardo Young (PPS), afirma que é preciso pressionar a prefeitura para que a lei seja cumprida e cita a demora do retorno do programa de inspeção veicular, que teve a licitação barrada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

Segundo o Metro, para pressionar a prefeitura, o vereador Gilberto Natalini (PV) entrou com uma representação para que o MP (Ministério Público) exija o cumprimento da lei.

Entre 2009 e 2012, a gestão Kassab renovou quase a metade dos 200 trólebus que circulam em São Paulo e emitem zero poluente. Até 2012, havia 1.200 ônibus abastecidos com uma mistura de 20% de biodiesel de grãos ao diesel já utilizado na Cidade. A utilização do combustível B20 nesses veículos reduziu em até 22% a emissão de material particulado, 13% de monóxido de carbono e 10% de hidrocarbonetos

Além disso, outros 160 ônibus passaram a ser abastecidos com 10% de diesel de cana na Cidade. Os testes apresentaram uma redução de até 41% de fumaça preta, comparado com os veículos abastecidos com diesel B5 (mistura de 5% de biodiesel ao diesel). Completavam a Ecofrota mais 60 veículos abastecidos com etanol, que operam com redução de emissão de material particulado, NOx e sem liberar enxofre no ar de São Paulo.​

 

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