CÂMARA

Em debate, a participação de transgêneros no esporte

Presidida por Fábio Metidieri (PSD-SE), a Comissão de Esporte deu início à discussão sobre questões esportivas e humanas que afetam atletas profissionais que mudam de sexo

06/06/2019

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O deputado Fábio Mitidieri

 

Edição: Scriptum

 

Atletas que mudam de sexo podem ou não participar de competições esportivas profissionais? Essa foi uma das questões debatidas na quarta-feira (5), na Comissão do Esporte da Câmara. Para o presidente do colegiado, deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), “a Câmara não pode se esconder deste debate. É um caminho sem volta quando a pessoa decide mudar de sexo, mas nós temos que debater se isso gera ou não vantagem esportiva”.

Mitidieri ressaltou também o lado humano da situação. “Esses atletas que estão sendo questionados devem passar por um turbilhão de sentimentos. São seres humanos antes de tudo e temos que tratar com delicadeza e chegar a um entendimento. Já há viés religioso, cultural e fisiológico”. A comissão deve fazer mais duas audiências públicas para falar sobre o assunto.

De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), os transgêneros precisam se declarar sob o novo gênero (reconhecimento civil) e ter quantidade de testosterona controlada para poder competir. Esse caso é mais comum para homens que se tornaram mulheres e precisam fazer o controle dos hormônios. O nível permitido é de até 10 nanomol de testosterona por litro de sangue nos doze meses anteriores a qualquer competição.

A jogadora de vôlei Tifanny deve ser uma das convidadas para as próximas reuniões da Comissão do Esporte da Câmara. Ainda com o nome de Rodrigo, profissionalizou-se no voleibol e defendeu o Juiz de Fora e o Foz do Iguaçu na Superliga masculina B.

Em 2012 iniciou o processo de mudança de gênero fora do Brasil. Passou por duas cirurgias e fez tratamento hormonal para diminuir os índices de testosterona. Em 2017, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) concedeu autorização para sua volta às quadras como Tifanny.

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) também liberou sua participação nos campeonatos após exames médicos constatarem que ela atendia as determinações do COI.

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