TRAGÉDIA

Senadores levam caso Chapecoense a Bolsonaro

Na terça (15), Nelsinho Trad (PSD-MS) e representantes das famílias das vítimas vão se encontrar com o presidente da República em busca de auxílio para resolver as pendências judiciais

16/08/2019

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Nelsinho Trad e o jogador Hélio Neto, um dos sobreviventes da tragédia, que prestou emocionado depoimento na comissão

 

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), que tem defendido publicamente a busca de uma solução para os problemas enfrentados pelos familiares das vítimas do acidente aéreo que provocou a morte de jogadores e dirigentes do clube de futebol Chapecoense, deverá ser recebido na terça-feira (20) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para tratar da batalha por justiça da Associação das Famílias das Vítimas do Voo da Chapecoense (Afav-C).

Para Nelsinho Trad, “estamos correndo contra o tempo e precisamos de um denominador comum. A indignação toma conta de nós cada vez que nos deparamos com este caso. Uma tragédia que marcou o país, e a impunidade não deve prevalecer. Vamos encontrar uma solução pra isso, podem ter certeza”.

Também deverão participar da reunião os senadores Jorge Kajuru (Patriota-GO), Leila Barros (PSB-GO) e Romário (Podemos-RJ), além das presidentes e vice da Afav-C, Fabienne Belle e Mara Paiva. A iniciativa para levar esta pauta ao presidente da República partiu de Kajuru. Por sua vez, Romário lembrou que “precisamos envolver o governo na causa e tratarmos deste tema diretamente com o presidente Bolsonaro. A última esperança das 67 famílias que perderam seus entes queridos é o governo brasileiro. Elas precisam de ajuda e tenho certeza que o presidente vai entender”.

As famílias reclamam que, passados quase três anos da tragédia, as investigações na Colômbia e na Bolívia ainda são inconclusivas, fazendo com que nenhuma indenização seja paga na prática. O caso envolve autoridades de aviação da Bolívia pois o voo partiu de Santa Cruz de la Sierra operado pela Lamia, empresa daquele país. Também participou da audiência, por vídeoconferência, o empresário venezuelano Ricardo Albacete, que era o proprietário do avião alugado pela Lamia. Ele vem colaborando com a Afav-C, e forneceu às famílias farta documentação tratando do envolvimento das seguradoras no caso.

O empresário venezuelano alega que além das seguradoras, também as autoridades de aviação da Colômbia e da Bolívia devem ser responsabilizadas, uma vez que participaram da cadeia de erros que levou à queda da aeronave.

A Afav-C também já dispõe de farta documentação dando conta que a Lamia era uma companhia de pouca estrutura, e que em virtude disso, descumpria normas básicas de segurança, sob a complacência das agências reguladoras. Poucos dias antes, a empresa transportou a seleção argentina para o Brasil, composta por jogadores consagrados como Lionel Messi, com uma quantidade restrita de combustível. Essa prática, segundo os representantes da associação, acabou sendo determinante para a queda do avião que levou a Chapecoense alguns dias depois. O voo apresentou problemas e a aeronave entrou em colapso antes da aterrissagem. A Lamia também descumpria planos de voo com frequência, sem jamais ser advertida, conforme relato.

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