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Trad: Comissão de Relações Exteriores superou expectativas

Presidente do colegiado, Nelsinho Trad (PSD-MS) faz balanço dos resultados e destaca temas importantes para o País debatidos durante o primeiro semestre. “Saímos da pauta comum”, avalia

22/07/2019

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O senador Nelsinho Trad: “Saímos daquela pauta comum, de apenas sabatinar e aprovar embaixadores para o debate de vários outros temas”

 

Edição: Scriptum

 

Presidida pelo senador Nelsinho Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado tratou de temas essenciais para o País ao longo do primeiro semestre e o saldo de seus trabalhos é positivo. A avaliação é do senador sul-mato-grossense, para quem o colegiado foi além das expectativas. “Saímos daquela pauta comum, de apenas sabatinar e aprovar embaixadores para o debate de vários outros temas”, disse em entrevista à TV Senado.

Um dos assuntos mais importantes foi a crise política da Venezuela e seus reflexos no Brasil. Nelsinho Trad explicou que a CRE criou uma subcomissão sobre esse tema e um grupo de senadores liderados por Telmário Mota (Pros-RR) chegou a viajar àquele pais para ver in loco a situação.

Os parlamentares brasileiros chegaram a ser recebidos pelo presidente Nicolás Maduro em Caracas, trazendo um relato que gerou apoios e críticas. Ao mesmo tempo, o autoproclamado presidente interino Juán Guaidó foi recebido pela CRE, onde expôs sua versão dos fatos.

O presidente da CRE defendeu a atuação diplomática para a resolução da crise venezuelana. “Não há outra coisa que possamos fazer a não ser encaminhamentos diplomáticos. Eu penso que a intervenção militar não é a solução correta. Nos juntamos a outros países, como o chamado Grupo de Lima, que também entendem não ser essa a resposta”, disse.

Outra ação importante da CRE foi em apoio aos parentes das vítimas do vôo da Chapecoense no tocante às indenizações que devem receber das empresas e das autoridades da Colômbia e da Bolívia. Nelsinho Trad lembra que os familiares chegaram a lamentar dificuldades de apoio diplomático brasileiro.

“Os familiares nem eram recebidos pelas autoridades da Colômbia e da Bolívia. Houve uma negligência comprovada das autoridades desses dois países e uma falta de apoio das autoridades brasileiras. Há, inclusive, uma audiência pública marcada para agosto para a CRE debater essa questão”, adiantou Trad.

O senador explica que se deve aprofundar as investigações sobre se entidades como a CBF, a Comebol e a ANAC tinham responsabilidade em fiscalizar as situações que levaram ao acidente.

Três temas foram citados pelo presidente da CRE como de grande importância no balanço deste primeiro semestre: o Serviço Militar Voluntário para Mulheres (PLS 213/2015), o Congelamento de Bens de Terroristas (PL 703/2019) e a discussão sobre a Defesa Cibernética.

O PLS 213/2015 teve parecer favorável da CRE e foi enviado à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para analisar o impacto financeiro da proposta. Segundo o senador Nelsinho Trad, há uma necessidade de se sabber quais os custos. “É necessária uma adequação das Forças Armadas para receber as mulheres e é necessário saber quanto será necessário se gastar”.

Igualmente foi destacado o empenho conjunto das Comissões de Relações Exteriores e de Constituição e Justiça em apoiarem o PL 703/2019, que estabeleceu o congelamento imediato dos bens de terroristas.

O terceiro tema foi o reconhecimento de que existe uma guerra cibernética ao nosso lado e “estamos apenas observando”. O senador lembrou que a CRE está alertando essa questão ao governo. “Dias atrás, ao fazermos a sabatina ao delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem, novo indicado à direção da ABIN, a segurança cibernética foi muito debatida. O senador Esperidião Amim (PP-SC) tem tido uma grande preocupação com essa pauta”, lembrou.

Agora em julho o Parlasul vai se reunir em Montevidéu. Cada um dos países-membros enviará seus representantes. O senador Nelsinho Trad destacou sua preocupação com a implementação do Corredor Bioceânico, ligando o Brasil, Argentina, Paraguai e o Chile. “Se executarmos o corredor, que nos fará chegar ao Oceano Pacífico, economizarem aproximadamente 8 mil quilômetros para o transporte de mercadorias destinadas ou vindas da Ásia. Barateia em 40% o frete. Um dos gargalos é a falta da construção de uma ponte entre Carmelo Peralta (Paraguai) a Porto Murtinho (Brasil)”, explicou.

O senador informou que a Itaipu Bi-Nacional irá realizar parte da obra. Os acessos do lado brasileiro já estão em emendas das bancadas de Mato Grosso e, no lado paraguaio, as obras já começaram, segundo o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

Em relação ao Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a União Europeia, o senador está otimista. “Penso que em dois anos o acordo com a União Européia estará devidamente analisado e colocado para votação pelo Parlamento brasileiro. Não se pode esquecer o passado. Temos de reconhecer a participação dos governos anteriores na elaboração desse tratado”, afirmou.

Aquecimento global

A CRE realizou duas audiências sobre aquecimento global. Uma com aqueles que apontam a causa humana pelo aquecimento e outra com os que a negam. “Há que se ter muito bom senso e sensibilidade para a questão ambiental”, afirmou Nelsinho Trad.

Em relação ao acordo Brasil-EUA para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara, parlamentares da CRE foram recebidos pelo presidente americano Donald Trump, para debater a questão. Nelsinho Trad afirmou que Trump foi “muito simpático” e defendeu a aprovação do acordo. “Só temos a ganhar com isso. O ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) convenceu a oposição da necessidade do acordo. Há um grupo de parlamentares norte-americanos que deseja vir ao Brasil conhecer o centro de lançamento. Vamos convidá-los assim que o acordo chegar para exame da CRE”, finalizou o senador.

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