O senador Bene Camacho: “Não adianta a gente apenas fazer o desmatamento zero, temos que recuperar as áreas degradadas”
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A recuperação de áreas degradadas em propriedades rurais regularizadas precisa ser priorizada e facilitada com acesso do produtor aos recursos disponíveis no Plano Safra. A opinião é do senador Bene Camacho (PSD-MA), para quem essa ação deve ocorrer paralelamente ao combate ao desmatamento ambiental nos biomas brasileiros.
A manifestação do parlamentar maranhense ocorreu durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, com a presença da ministra do Meio Ambiente e do Clima, Marina Silva. “Não adianta a gente apenas fazer o desmatamento zero, temos que recuperar as áreas degradadas, fomentar atividades sustentáveis e isso precisa ocorrer dentro das propriedades privadas regularizadas com o Cadastro Ambiental Rural”, defendeu Camacho.
O senador do PSD do Maranhão disse que o Plano Safra 2024/2025 conta recursos para ações de recuperação de área degradada, adequação ambiental e ação de desenvolvimento sustentável na ordem de R$ 7,6 bilhões – com limite para propriedade rural de R$ 5 milhões, 12 anos de prazo para pagamento, oito anos de carência e juros de 7% -, mas que não estão acessíveis aos produtores.
“Vejo os remédios todos aí dispostos, mas os recursos não chegam ao produtor para ele financiar essas ações. Primeiro porque há desconhecimento, segundo porque se exige que esse benefício seja alcançado a garantia do imóvel do proprietário para uma ação que não é de exploração de atividade econômica, mas de prestação de serviço ambiental, cujo beneficiário é o próprio produtor que acaba beneficiando seu município, seu estado e o País”, cobrou o senador.
Bene Camacho reconheceu o empenho de Marina Silva à frente do Meio Ambiente diante das emergências climáticas das cheias no Rio Grande do Sul e das queimadas no Pantanal e na Amazônia e fez um apelo à ministra para que ela permaneça no cargo.
“A senhora é importante, tem de combater o bom combate, não com espada, mas com diálogo, com a conversa, com as classes produtivas, não construindo muros, mas pontes”, disse o senador.