O ex-ministro Delfim Netto estava internado por complicações de saúde, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Redação Scriptum
Lideranças do PSD manifestaram pesar na segunda-feira (12) pelo falecimento do ex-ministro da Economia Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, destacou em suas redes sociais que Delfim foi “um dos protagonistas da economia nacional do século XX”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lamentou a morte do ex-ministro em nota oficial, lembrando que o economista era um “profundo conhecedor das ciências econômicas” e “ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do País”.
O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, lembrou a longa atuação de Delfim Netto na vida pública e disse que o ex-ministro era “mestre em analisar cenários econômicos”. De acordo com o parlamentar goiano, “ele sabia se reinventar como poucos e estará sempre na história do País. Que Deus conforte amigos e familiares nesse momento de dor”, escreveu.
Em seu post no Facebook, Gilberto Kassab afirmou que “Antônio Delfim Netto, além de acadêmico e professor na Universidade de São Paulo, foi ministro da economia durante o milagre econômico do regime militar, deputado federal atuante no período democrático e um grande analista político e econômico do Brasil até os dias de hoje. Pessoalmente, perco um amigo e conselheiro com quem, ao longo de décadas, pude debater projetos e iniciativas para São Paulo e para o Brasil. Meus sentimentos à família”.
História
O ex-ministro Antônio Delfim Netto morreu na segunda-feira (12), aos 96 anos, em São Paulo. Desde o último dia 5, ele estava internado por complicações de saúde, no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Em nota, a assessoria do economista informou que não haverá velório aberto e seu enterro será restrito à família. Delfim Netto deixa filha e neto.
Descendente de imigrantes italianos, ele nasceu em São Paulo, em maio de 1928. Formou-se economista em 1951 pela Universidade de São Paulo (USP) e tornou-se catedrático em 1958. Fez carreira acadêmica como professor titular de Análise Macroeconômica e recebeu o título de professor emérito pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (Fea-USP).
Foi membro do Conselho Consultivo de Planejamento (Consplan) do governo Castelo Branco, em 1965. Tornou-se secretário de Fazenda no governo de São Paulo em 1966.
Foi um dos signatários do Ato Institucional número 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968. O decreto é considerado o mais duro após o golpe militar de 1964, e foi instituído durante o governo Costa e Silva, para suspender direitos e garantias individuais.
Delfim Netto chegou a ministro da Fazenda em 1967, ainda no governo Costa e Silva, e ocupou o cargo até o governo Médici, encerrado em 1974.
Nos quatro anos seguintes, foi embaixador do Brasil na França e, em 1979, passou a integrar o Conselho Monetário Nacional e comandou o Banco Central no governo Figueiredo.
Delfim foi deputado federal na Constituinte de 1987 a 1991 pelo Partido Democrático Social, sucessor da Arena. Posteriormente, elegeu-se cinco vezes deputado federal pelo estado de São Paulo e permaneceu representante na Câmara até 2007.