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SAÚDE

Proposta: SUS deve oferecer opção pela cesárea em todo o País

Projeto de Sérgio Petecão (PSD-AC) está em análise no Senado. Segundo ele, “a crescente taxa de cesarianas, nos últimos 30 anos, acompanhou a diminuição na mortalidade materna”

02 de ago de 2019

O senador Petecão: “Ocorrências mostram que, quando se recorre à cesárea, a parturiente já foi submetida a longas horas de sofrimento” Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

Proposto pelo senador Sérgio Petecão, do PSD do Acre, projeto de lei em tramitação no Senado prevê que mulheres grávidas de todo o País poderão optar pelo parto cesariano na rede pública de saúde a partir da 39ª semana de gestação. Conforme a proposta, às parturientes que optarem pelo parto normal será garantido o direito à analgesia não farmacológica e farmacológica. O texto (PLS 3.947/2019) aguarda designação de relator na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

O projeto de Petecão determina que a grávida seja conscientizada acerca do parto normal e da cesárea, devendo a decisão ser registrada em termo de consentimento. Além disso, se o médico responsável discordar da opção da paciente, deverá registrar as razões em prontuário.

Em sua justificativa, o parlamentar argumenta que, de acordo com estudos, a crescente taxa de cesarianas, nos últimos 30 anos, acompanhou a diminuição nas taxas de mortalidade materna. “As ocorrências concretas que chegam aos Conselhos de Medicina e aos Tribunais, mostram que, na rede pública, quando se recorre à cesárea, a parturiente já foi submetida a longas horas de sofrimento, buscando o parto normal”, ressalta Petecão.

A matéria estabelece também que as maternidades ou instituições que funcionam com mesma finalidade deverão manter placa fixada informando que a mulher pode escolher a modalidade de parto, podendo o médico divergir da escolha e encaminhá-la a outro profissional.

Em 2016, o Conselho Federal de Medicina, através da resolução 2.144, passou a prever que o médico pode atender o desejo da paciente e realizar parto cesárea a partir da 39ª semana de gestação. De acordo com a resolução, a gestante tem o direito de optar pela realização de cesariana, desde que tenha recebido todas as informações necessárias.

Entretanto, conforme a justificativa do senador Petecão, não há observância dessa medida na rede pública de saúde. “As mulheres são submetidas à verdadeira tortura, uma vez que não querem passar pelas dores e pelos riscos de um parto normal, mas não lhes é dada opção. Ademais, como já dito, surpreende saber que até mesmo analgesia lhes é negada”, ressaltou Petecão.

O projeto do senador é semelhante ao texto apresentado pela deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) à Assembleia Legislativa de São Paulo, mas tem abrangência nacional.

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