O prefeito Eduardo Paes cobrou mais agilidade do governo federal na remessa de vacinas. Foto: Fabio Motta
O Rio de Janeiro retomou na sexta-feira (13) a vacinação de jovens de 24 e 23 anos, mas o prefeito Eduardo Paes advertiu que, para prosseguir com o calendário de imunização, o município depende da aceleração, pelo governo federal, da distribuição das doses existentes em estoque.
O prefeito carioca se mostrou preocupado com o aumento do número de novos casos de covid-19 na cidade com o avanço da variante Delta. Durante a divulgação do 32º Boletim Epidemiológico, Paes contou que pretende finalizar a vacinação dos jovens para aplicar a dose de reforço nos idosos.
“Vou continuar cobrando publicamente (o governo federal). É uma logística que parece simples. Neste momento, o epicentro da pandemia, o lugar que está com mais casos de coronavírus no Brasil é o Rio de Janeiro. Sabe por que a gente quer terminar logo os 18 anos? Porque a gente quer começar a dose de reforço dos idosos acima de 60 anos. Fica aqui, mais uma vez, o meu apelo: mandem, por favor, as doses de vacina estocadas para cá!”, apelou o prefeito.
O envio, pelo Ministério da Saúde, da remessa que estava prevista para a terça-feira (10) chegou somente no fim da noite e em quantidade menor do que o esperado, insuficiente para um dia de campanha, o que causou a paralisação de dois dias na vacinação dos cariocas. A faixa etária de 24 anos, que deveria ter se vacinado na quarta-feira, tem cerca de 68 mil pessoas, mas o município recebeu apenas 38 mil doses. Na quinta-feira, chegaram mais 150 mil doses, completando o necessário para apenas duas idades, 24 e 23 anos.
A paralisação da vacinação na quarta e na quinta-feira significou a interrupção não apenas do calendário proposto pela Prefeitura do Rio, como também do ritmo de vacinação. Entre os dias 2 e 7 de agosto, mais de 451 mil pessoas foram vacinadas no município do Rio, despontando como a semana com maior número de doses aplicadas. Com isso, a cidade alcançou mais de 6,3 milhões totais de doses aplicadas e 65% de toda a população imunizada com a primeira ou única dose das vacinas contra a Covid-19.
Até a quinta-feira (12), 4.300.722 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 138.702 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de dose única (DU). Esse total representa 84,1% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 1.906.547 já receberam a segunda dose (D2), o equivalente a 38,7% da população elegível com a imunização completa. A meta da Prefeitura do Rio é vacinar com a primeira dose 90% dos cariocas a partir de 18 anos até agosto, um total de 4,7 milhões de pessoas. Além disso, a expectativa é iniciar a imunização de toda a população a partir de 12 anos até meados de setembro.
Cenário
A 32ª edição do Boletim Epidemiológico da covid-19, divulgada na sexta-feira, mostrou que os casos da doença aumentaram no município do Rio nas últimas cinco semanas. Esse efeito pode ser causado pela circulação da variante Delta, que, como estudos apontam, tem maior transmissibilidade. Em oposição à tendência de aumento dos casos por covid-19, os índices de hospitalizações e de óbitos mantêm queda sustentada, o que pode ser relacionado como reflexo da imunização, que tem como principal objetivo prevenir casos graves e mortes.
Paes, de qualquer forma, alertou que “o dado positivo é que esse grande aumento do número de casos não está se observando nos casos graves e de óbitos, e isso se deve à vacina. Portanto, reforçamos para que a população tenha atenção porque, se a gente não tomar cuidado, a média de mortes pode subir nas próximas semanas”.