Loading

Pesquisar

PESQUISA

Sustentabilidade no semiárido teve apoio do MCTIC

Dirigente do Instituto Nacional do Semiárido, unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, faz balanço da gestão Kassab e destaca esforço para garantir recursos

22 de fev de 2019

Salomão Medeiros, dirigente do Insa

Edição: Scriptum

O Instituto Nacional do Semiárido (Insa), unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) localizada em Campina Grande (PB), foi criado por Lei federal em abril de 2004, e desenvolve Ciência, Tecnologia e Inovação voltadas à população da região Nordeste e do norte de Minas Gerais.

Entre suas atividades estão a articulação, pesquisa, difusão e implementação de políticas públicas. O semiárido é uma região vulnerável social e economicamente e a instituição exerce papel de apoio à sua população e na preservação do meio ambiente.

Na entrevista a seguir, Salomão Medeiros, dirigente do instituto, comenta o papel do Insa e a relação da unidade com a gestão do ministro Gilberto Kassab, que, segundo ele, foi bastante habilidoso, no sentido de manter o orçamento para garantir o funcionamento das Unidades de Pesquisa. “Ele conseguiu, por meio da sua habilidade política, garantir os recursos necessários para o bom funcionamento dos institutos e organizações sociais”.

O Insa tem papel social importante na medida em que busca propor ciência de aplicação em políticas públicas, com foco no semiárido. Como tem se dado a ação da instituição e quais são as suas principais linhas de pesquisa?

O Instituto Nacional do Semiárido, como unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com cerne na região semiárida, tem sua área de atuação voltada para ações nos nove Estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e o norte de Minas Gerais, atendendo a uma população de aproximadamente 28 milhões de habitantes. Sua função está em estruturar e realizar ações de difusão científica e tecnológica que contribuam para a convivência sustentável do semiárido brasileiro, a partir das potencialidades socioeconômicas e ambientais da região.

Atualmente o instituto trabalha com cinco linhas de pesquisas (Biodiversidade, Sistemas de Produção, Recursos Hídricos, Desertificação e Gestão da Informação), visando promover pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a geração de conhecimento, e fortalecimento de cada área de atuação. Na perspectiva de atender as demandas mais consistentes da sociedade, o Insa busca ainda desenvolver parcerias com outras instituições para estruturar diálogos transdisciplinares entre os setores científico e popular, de modo a formular soluções inovadoras para o Semiárido brasileiro.

Em que medida as restrições orçamentárias sofridas pelo sistema nacional de Ciência e Tecnologia, de uma forma geral e também pelo Insa, afetaram a execução de projetos, e de que forma esses desafios têm sido contornados?

Os projetos do Insa foram impactados de certa forma pelas restrições orçamentarias. Diante desse fato, nós tomamos duas medidas: a primeira foi de não expandir o que nós estávamos fazendo, e tivemos que permanecer com as mesmas atividades. A segunda foi de fazer gestão junto ao MCTIC, como forma de sensibilizá-lo da necessidade de garantir a execução dos projetos nas áreas de Recursos Hídricos, Biodiversidade, Sistemas de Produção e Desertificação que já estavam em andamento. Sendo assim, houve todo um entendimento por parte do Ministério, no sentindo de que os recursos deveriam ser mantidos para o desenvolvimento desses projetos.

Como avalia a atualização do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentado em 2018, e que, entre outros aspectos, torna mais simples a parceria entre entes públicos e agentes privados, captação de recursos do exterior e outras iniciativas? E como pensa que pode aperfeiçoar ações empreendidas no âmbito do Insa?

O Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação foi positivo não só para o Insa, mas para todo o país, pois traz outro olhar sobre como fazer pesquisa, principalmente no âmbito da desburocratização de compras, estabelecendo com clareza as relações entre os setores público e privado. Ele também tem outros pontos que considero bastante interessantes, como a possibilidade do pesquisador ser também empreendedor, ou seja, estimula os nossos pesquisadores do setor público a empreender. Além disso, também proporcionou o estreitamento da relação do Brasil com outros países.

Que pensa das ações empreendidas no âmbito da gestão encerrada em dezembro último no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações? Que avaliação faz, por exemplo, da estratégia de fortalecimento da Diretoria de Organizações Sociais e Institutos de Pesquisa?

Se nós olharmos o cenário que estávamos inseridos, o ex-ministro Gilberto Kassab foi bastante habilidoso, no sentido de manter o orçamento para garantir o funcionamento das Unidades de Pesquisa, como também de se propor a ouvir nossas demandas. Eu acredito que a sua forma de gerir o Ministério foi crucial, para solucionar os problemas enfrentados no momento de crise em que nós estávamos passando, onde por exemplo, foi aplicado um corte de 40% no orçamento, e ele foi sensível as necessidades não só do Insa, mas de todas as unidades de pesquisa. Ele conseguiu, por meio da sua habilidade política, garantir os recursos necessários para o bom funcionamento dos institutos e organizações sociais.

Como avalia o papel desempenhado pelo ministro Gilberto Kassab? Sobretudo nos aspectos de relação com as entidades de pesquisa vinculadas ao Ministério, as restrições orçamentárias e a luta por recursos junto à equipe econômica e o diálogo com a comunidade científica brasileira.

Como gestor público, o ex-ministro Kassab teve uma grande capacidade de compreender e de liderar o processo no momento difícil em que o país vivia. No meu entender, ele conduziu da melhor forma possível o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Claro, sempre há algumas críticas, mas isso é normal de toda gestão, mas no geral, eu acredito que ele fez um bom trabalho.

Informações Partidárias

Notícias