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SAÚDE

Um programa para ampliar combate ao câncer de mama

Relatado pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), projeto da deputada Tereza Nelma (PSD-AL), criando programa de acompanhamento de pacientes, foi aprovado com mudanças no Senado

10 de ago de 2022

O senador Nelsinho Trad espera que proposta seja transformada em lei para beneficiar as pessoas com câncer de mama que dependem do SUS

Redação Scriptum com Agência Senado

O projeto da deputada Tereza Nelma (PSD-AL) que cria o Programa Nacional de Navegação de Pacientes para Pessoas com Neoplasia Maligna de Mama no Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovado nesta quarta-feira (10) pelo Senado. A navegação é o acompanhamento dos casos de suspeita ou de confirmação da doença, com abordagem individual, prestando orientações a cada paciente. A intenção é tornar mais ágil o diagnóstico e o início do tratamento.

O projeto foi aprovado com mudanças pelo Senado e terá que voltar à Câmara dos Deputados. O relator do texto foi o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), segundo quem os navegadores atuam como uma ponte entre o paciente, o estabelecimento de saúde e os recursos da comunidade.

Trad, que é médico, disse ser favorável à iniciativa legislativa e esperar que seja transformada em lei para beneficiar as pessoas com câncer de mama que dependem do SUS. “Essas pessoas precisam enfrentar as inúmeras barreiras que costumam impedi-las de exercer seu direito à saúde, garantido pela própria Constituição Federal, especialmente no caso dos doentes pertencentes às camadas mais vulneráveis da população brasileira”, afirmou.

O texto estabelece a criação do programa no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e integrado à Política Nacional de Atenção Oncológica. O programa traz medidas de agilidade no atendimento, diagnóstico e tratamento da doença. Segundo o texto, o diagnóstico deve ser viabilizado em menos de 30 dias. Depois de diagnosticado, o paciente deve ter o tratamento iniciado em até 60 dias.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN), também médica, destacou que “o programa prepara toda a equipe de saúde no sentido de encaminhar o paciente, para que ele não fique sendo jogado de um lado para o outro. A gente sabe que com o diagnóstico precoce, em qualquer espécie de neoplasia, as chances de cura aumentam muito”.

A iniciativa prevê a capacitação das equipes de saúde para rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama, além da redução de custos. Cada paciente com suspeita ou diagnóstico da doença deve ter assistência individualizada e receber orientação e suporte aos pacientes, com a divulgação de informações educativas.

Mudanças

O projeto foi aprovado com duas mudanças sugeridas por senadores e aceitas pelo relator. Uma das emendas, do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) , incluiu no texto a determinação de que a equipe de saúde mantenha contato com o paciente por telefone e por e-mail, além de garantir a ele o direito de entrar em contato sempre que tiver necessidade de esclarecer suas dúvidas ao longo do tratamento.

A outra emenda aceita, do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) determina que o programa deve estar integrado à Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

Navegação

Como explicou Nelsinho Trad, o primeiro programa de navegação no mundo foi criado na década de 1990, em Nova York, nos Estados Unidos, com a missão de reduzir desigualdades para pessoas negras, de baixa renda e com câncer. No Brasil, segundo a Associação dos Amigos da Oncologia (AMO), esse tipo de programa já existe em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza. Um deles é desenvolvido pela própria AMO em Aracaju e tem como navegadores, preferencialmente, assistentes sociais e enfermeiros.

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