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Omar Aziz: ‘Hora de investigar Estados vai chegar’

Presidente da CPI da Pandemia disse que investigações estão seguindo rumo natural e que já foram solicitados aos Estados e municípios documentos sobre o uso de recursos encaminhados para enfrentar a crise sanitária

11/05/2021

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O senador Omar Aziz aguarda o envio de mais documentos para que Estados e prefeituras sejam mais focalizados.

 

Nesta terça-feira (11), quando a CPI da Pandemia ouviu o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, sobre as ações do governo no enfrentamento à covid-19, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), garantiu que a CPI vem tendo “um rumo natural em suas investigações” e que aguarda o envio de mais documentos para que Estados e prefeituras sejam mais focalizados.

Aziz acrescentou que diversas secretarias estaduais, às quais já foram solicitados documentos a respeito da aplicação de recursos federais repassados, têm pedido mais de cinco dias para enviar as informações. “Demos cinco dias de prazo, e a maioria está pedindo um pouco mais, porque tem que detalhar todos os gastos. Não adianta o cara chegar aqui e dizer que recebeu R$ 400 milhões e gastou R$ 400 milhões, sem dizer em que, tanto Estados quanto municípios. Quando os dados chegarem, vamos chamá-los [os representantes de governos estaduais e prefeituras]. Vamos dizer ‘olha, o governo tal pegou esse dinheiro, e gastou de forma indevida’ baseados em fatos concretos”, explicou.

Para o presidente da CPI, o colegiado tem seguido um rumo natural nas investigações. Ele entende que primeiro é preciso ouvir todos os ministros da Saúde desde o início da pandemia, processo que, espera ele, seja encerrado no dia 19, com a oitiva do ex-ministro Eduardo Pazuello. Além dos ex-ministros, são necessárias oitivas com o Instituto Butantan e com a Fiocruz, além dos fabricantes das vacinas. Após encerrado esse processo, e com a documentação que chega dos Estados, o uso dos recursos repassados pelo governo federal para governos estaduais e prefeituras também será abordado pela CPI.

Integrante da CPI da Covid, o senador Otto Alencar (PSD-BA) acredita que “ficou muito claro” que a condução do Ministério da Saúde no período de Eduardo Pazuello foi orientação do presidente Jair Bolsonaro, com incentivo ao uso da cloroquina e medicamentos de tratamento precoce. Segundo Alencar disse em entrevista à Globonews, na segunda-feira (10), é possível analisar que Bolsonaro está por trás da gestão da Saúde e, quem não concorda com sua visão, deve sair do ministério.

Na avaliação do parlamentar, o incentivo do chefe do Executivo para a utilização de remédios contra covid e suas críticas à pandemia é uma “posição perigosa e, até certo ponto, sem responsabilidade”.

Alencar lamentou a atitude de Bolsonaro no domingo (9), quando saiu de moto pelas ruas de Brasília acompanhado de centenas de motociclistas apoiadores. Para ele, esse tipo de comportamento é “perverso”. “Falta grandeza ao presidente Bolsonaro para reconhecer o erro” na condução da pandemia, avaliou.

Em seu depoimento à CPI, o diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, criticou declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro contra a vacinação da covid-19, que, na sua visão, vão “contra o que a Anvisa preconiza”. Barra Torres também confirmou as declarações do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta de que o governo federal queria incluir o combate ao coronavírus como utilidade da cloroquina.

Agenda

Na agenda da CPI desta semana, na quarta-feira (12) a comissão irá ouvir Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal. Por fim, Marta Díez, presidente da Pfizer no Brasil, e seu antecessor, Carlos Murillo, prestarão depoimentos na quinta-feira (13).

 

Fonte: Agência Senado

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