Após reunião com secretários municipais e representantes dos empresários da área de transporte coletivo, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou que não haverá reajuste da tarifa dos ônibus da capital mineira em 2020. “Esse ano não haverá, mais uma vez, o reajuste na tarifa do transporte público porque o povo sofreu, reclamou, o povo gritou e, enquanto eu for prefeito dessa cidade, o povo tem voz”, afirmou Kalil.
As empresas de ônibus querem reajuste de R$ 0,25 no preço da passagem, atualmente em R$ 4,50, mas o prefeito vetou o aumento. Um decreto será publicado nos próximos dias obrigando as 40 empresas que atuam na capital a apresentarem, até o fim de 2020, uma fórmula única de cálculo, com uma espécie de balanço do ano que justifique o aumento solicitado pelas empresas.
Kalil explicou que o descumprimento da presença de cobradores nos ônibus foi o principal motivo para que ele barrasse o aumento, que tradicionalmente ocorre no fim do ano. Por lei, a presença de agentes de bordo é obrigatória na capital. Os veículos só podem circular sem o profissional no horário noturno, das 20h30 às 5h59 – com exceção das linhas do Move. Mas não é o que vem acontecendo. Prova disso é o aumento das 60,9% nas multas aplicadas às empresas pela ausência do trocador.
As empresas do setor prometem entrar na Justiça contra a decisão e ameaçam cortar o número de viagens. Mas Kalil minimizou a ameaça das concessionárias. “Isso não é Atlético e Cruzeiro, não é guerra. O decreto os obriga a apresentar uma fórmula única contábil de todas as empresas, porque nós queremos saber”, afirmou. “Não vão parar, não vão fazer nada. Pois não vai faltar gente para querer uma concessão em uma cidade do tamanho de BH. Não vão fazer dessa cidade o que eles querem. Não temos medo de nenhum fornecedor”, completou o prefeito.