O prefeito Eduardo Paes: “Essa é uma medida tomada muito mais sob o ponto de vista educativo que científico”
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), publicou nesta sexta-feira (12) o decreto 49.766, que suspende a maioria das restrições estabelecidas no combate à covid-19, mas mantém a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados e no transporte público. Além disso, continua sendo obrigatória a apresentação do passaporte de vacinação em espaços de uso coletivo, como academias de ginástica, cinemas e teatros. Por meio do novo decreto, a Prefeitura revogou medidas como o limite de ocupação em estabelecimentos comerciais e estádios; o distanciamento entre as mesas em restaurantes; e a proibição do ar-condicionado em ônibus e carros que usam aplicativos para transporte de passageiros.
Apesar da melhora no cenário epidemiológico, o prefeito pediu cautela aos cariocas. “Dificilmente teremos um cenário tão favorável na taxa de transmissão e no número de casos e óbitos. Então, por que eu tomei esta decisão? Porque acho que é importante o sinal que damos para a população. Na hora em que dizemos que não precisa mais usar máscara, parece que a pandemia acabou por completo, e não é assim.” Ainda segundo Paes, “o vírus está por aí e, provavelmente, vai ficar por um tempo. Essa é uma medida tomada muito mais sob o ponto de vista educativo que científico.”
O prefeito fez um apelo ao governo federal para que a dose de reforço da vacina contra a covid-19 não fique restrita aos idosos. “Já vimos que a vacina funciona. Por isso entendemos que seria interessante o Ministério da Saúde avançar na terceira dose para pessoas com até 30 anos. Esse é um pleito que a cidade do Rio de Janeiro faz. Seguimos o Plano Nacional de Imunização, mas seria muito importante e necessário que pudéssemos aplicar a dose de reforço até essa faixa etária.”
Números
Um dos indicadores que comprovam o avanço no combate à pandemia no Rio de Janeiro é o número de hospitalizações: os pacientes de covid-19 ocupam apenas 0,8% do total de leitos da rede do SUS na capital fluminense. A influência da cobertura vacinal, que chega a 85,3% da população com mais de 12 anos, fica clara quando se observa que, entre os cerca de 50 pacientes internados, 90% não têm o esquema vacinal completo.
Outro dado significativo é o índice de positividade dos testes realizados em casos suspeitos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que uma taxa de positividade inferior a 5% indica o controle da doença. No Rio, o índice é de 3%, o menor desde março de 2020.
