Sessão especial do Senado foi presidida pelo senador Nelsinho Trad
O Senado celebrou nesta quinta-feira (7), em sessão especial presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), a campanha de conscientização sobre o diabetes, intitulada “Novembro Azul”. O Dia Mundial do Diabetes foi definido pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial da Saúde como 14 de novembro, em 1991. Desde então, a tonalidade azul é usada como símbolo do movimento. No Brasil, a campanha começou em 2007, mas um ano depois surgiram ações voltadas ao câncer de próstata, que utilizam a mesma cor como marca.
Nelsinho Trad, que é médico, observou que o diabetes, assim como o câncer de próstata, requer conscientização, com vistas à diminuição das mortes. “A prevenção deve ser feita, principalmente entre aqueles que têm histórico familiar”, alertou. Estima-se que há mais de 425 milhões de pessoas com diabetes no mundo, das quais cerca de 16 milhões vivem no Brasil.
Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-as em energia para manutenção das células do organismo. A doença crônica pode levar a cegueira, insuficiência renal e até amputação.
Presidente da Frente Parlamentar Mista no Combate à Diabetes, a deputada federal Flávia Morais (PDT-GO) explicou que 14 de novembro foi escolhido para marcar a campanha de conscientização sobre o diabetes porque foi a data em que nasceu Frederik Banting, médico canadense que descobriu a insulina em 1921, juntamente com seu assistente, o estudante Charles Best, na Universidade de Toronto. O feito, segundo a deputada, valeu a eles o Prêmio Nobel e alterou por completo a qualidade e a expectativa de vida dos diabéticos.
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Hermelinda Pedrosa celebrou a sanção da Lei que institui a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e da Assistência Integral à Pessoa Diabética, publicada em 31 de outubro no Diário Oficial da União. O novo diploma legal prevê a realização de campanhas de conscientização da população sobre a importância de medir regularmente os níveis glicêmicos e de controlá-los. A lei prevê ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) forneça insulina e outros medicamentos aos diabéticos, bem como cirurgias, como a bariátrica, nos casos mais graves da doença. Com isso, os diabéticos passam a receber atendimento completo. Mas a aplicação da lei ainda depende de regulamentação do Poder Executivo.
Para Hermelinda, a nova lei mostra a importância de políticas relacionadas ao diabetes. Ela comentou que, depois do câncer, é a doença que mais onera o sistema público. Mas pontuou que, mesmo não tendo cura, o mal pode ser controlado. “Portanto, a SBD reitera que espera contar sempre com o apoio desta Casa para o Novembro Azul, para que possamos, de fato, educar, apoiar as iniciativas preventivas, principalmente para que essas pessoas possam ter uma vida digna, sem complicações e com boa qualidade”.
O presidente da Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (Fenade), Fadlo Fraige, elogiou o Senado pela sessão. Ele repetiu que o diabetes mata mais do que todos os cânceres juntos mais a Aids e disse que o assunto merece toda a atenção do poder público.
Para Fraige, ainda falta conscientização entre os gestores em saúde, os médicos e até mesmo pacientes. “Eu fico muito alegre de estar aqui numa sessão como esta, de ter uma atenção pelo Senado, pela Câmara. Mas essa felicidade será realmente completa quando os 90% de todos os diabéticos deste país estiverem sob controle. Isso é uma bomba relógio que vai explodir em dez anos nos hospitais”, afirmou.