Para o senador Bene Camacho, demora na conclusão do projeto está relacionada a componente geológico: “A grande dificuldade desse projeto não é ambiental”
Edição Scriptum com Assessoria de Imprensa
Com a entrada em operação de novas vias de transporte, a hidrovia Araguaia-Tocantins perdeu importância e tem pela frente grandes dificuldades geológicas. O alerta foi feito na quarta-feira (28), em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado para debater os impactos ambientais e sociais da hidrovia Araguaia-Tocantins, pelo senador Bene Camacho (PSD-MA). Ele ainda ponderou que a execução da obra terá de resolver problemas técnicos de difícil superação.
O senador do PSD maranhense lembrou que à montante da hidrelétrica de Tucuruí (PA), que teria como destino maior a navegação, são quase 600 quilômetros de trechos com pedra granítica que precisam sofrer fortes intervenções, citando alguns ainda mais complicados no percurso como o Pedral do Lourenço, o Pedral de São João e o de Itaguatins.
Ainda de acordo com o senador, o projeto da hidrovia perdeu historicamente a sua necessidade em virtude da entrada em operação da Ferrovia Norte Sul e à BR 010, a Belém-Brasília, que correm em paralelo ao rio Tocantins.
Para o senador, a demora na conclusão do projeto não está relacionada apenas à questão do licenciamento ambiental da obra concedido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), mas a um componente geológico. “Então, na minha maneira de entender, a grande dificuldade desse projeto não é ambiental”, destacou Bene Camacho.
Os quatro trechos navegáveis da hidrovia, com cerca de 1.500 quilômetros, transportam sobretudo grãos e minério. Caso seja desobstruído um trecho em Marabá, no Pará, essa extensão poderia dobrar, permitindo a integração com a hidrovia do Amazonas. (Com informações da Agência Senado)
