Investimento total no projeto de proteção ambiental será de R$ 6,8 milhões, financiado com recursos compensatórios pagos pela Petrobras
Edição Scriptum com Agência Estadual de Notícias
Histórica e ambientalmente importante para o Estado, o rio Iguaçu vai ganhar uma grande área de proteção e recuperação ambiental. A gestão do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), junto com os municípios atravessados pelo curso d’água, começa neste ano a implementar três novos parques urbanos na região do chamado Alto Iguaçu, próxima a Curitiba. Serão aproximadamente 16 hectares de muito verde, unindo lazer e preservação do meio ambiente.
O rio, além de sua importância ambiental, tem contribuído também para o desenvolvimento econômico do Estado desde pelo menos o século 19, quando teve início a navegação pelo seu curso, facilitando a ocupação do Sul do Paraná, formando cidades e possibilitando o comércio nos ciclos econômicos da madeira e da erva-mate.
O investimento total no projeto de proteção ambiental será de R$ 6,8 milhões, financiado com recursos compensatórios pagos pela Petrobras por causa de um acidente ambiental, com um vazamento de petróleo no rio Iguaçu, em Araucária, na Região Metropolitana da Capital, em julho de 2000. Os projetos já foram homologados pela Justiça Federal após concordância dos Ministérios Públicos Estadual e Federal.
A coordenadora do Setor de Projetos Especiais da Diretoria de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do Instituto Água e Terra (IAT), Paula Coradin, explica que os três parques estão inseridos em áreas degradadas ao longo da Bacia do Alto Iguaçu. Os projetos, ressalta ela, vão contribuir para a recuperação dos locais ao reduzir a erosão e ampliar a cobertura vegetal de mata ciliar com o plantio de mudas nativas.
A escolha pela região faz parte do acordo de indenização, que determina que 5% do valor total da compensação (atualmente de R$ 1,2 bilhão) deverão ser destinados para projetos que beneficiem essa bacia hidrográfica, a mais afetada pelo acidente. Até o momento, considerando todas as autorizações, foi liberado o acesso a um montante da ordem de R$ 564,3 milhões.
“Além de ajudar a recuperar os locais, os parques possuem uma função ambiental importante já que as regiões próximas de rios são consideradas Áreas de Preservação Permanente Ecológica (APP) por abrigarem recursos importantes para a manutenção da biodiversidade. Ter um parque urbano nesses locais incentiva a população a continuar protegendo essas APPs”, afirma a coordenadora.
Segundo ela, o projeto está em fase de detalhamento final, com as prefeituras entregando a documentação técnica exigida pelo IAT. “Precisamos desses requisitos para formalizar o convênio e para verificar se o projeto do parque está de acordo com os critérios do programa ou se irá precisar de correções”, diz Paula. “Por isso, a depender do que for apresentado, pode ser que haja alguma mudança, inclusive de valor. Mas, na essência, os projetos estão viabilizados”, acrescenta.