Fundos públicos podem garantir mais crédito para micros

Presidente do Sebrae, Guilherme Afif, discute criação de linha direcionada a micro e pequenas empresas, com aval de fundos garantidores públicos.

28/01/2016

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Guilherme Afif: ideia do Sebrae é promover empréstimos para capital de giro e novos investimentos, por meio do cartão BNDES, com juro entre 15% e 18% ao ano.

 

Uma linha de crédito de até R$ 30 mil direcionada a micro e pequenas empresas, com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano, com aval de fundos garantidores públicos. Essa é a ideia que o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, vem defendendo junto ao BNDES. Um dos garantidores propostos seria o Fundo de Aval à Micro e Pequena Empresa (Fampe), ligado ao próprio Sebrae. A garantia desses fundos permitirá a cobrança de juros mais baixos do que os atuais. Esses empréstimos também dispensarão registro em cartório do contrato de financiamento.

A ideia do Sebrae é promover em breve empréstimos para capital de giro e novos investimentos, estes por meio do cartão BNDES, com juro entre 15% e 18% ao ano – enquanto que os juros correntes disponíveis estão ao redor de 5% ao mês.

Na próxima quarta-feira, segundo Afif, deverá ocorrer uma reunião com representantes da Caixa, Banco do Brasil e bancos privados para definir detalhes sobre a oferta das linhas de crédito. O Sebrae prevê um anúncio oficial dessa nova linha para fevereiro.

Afif disse que, nos últimos três meses do ano passado, houve forte queda de oferta de crédito para micro e pequenas empresas, principalmente aquelas com faturamento de até R$ 360 mil por ano. Ele destacou ainda que não havia desemprego para essa faixa de empresas até setembro, mas que as vagas passaram a ser cortadas com a redução da oferta de crédito.

Afif informou que o Fampe tem R$ 700 milhões de patrimônio atualmente, sendo que pode alavancar oito vezes esse valor, conservadoramente. Assim, seria possível o fundo avalizar empréstimos de R$ 5,6 bilhões, dos quais já estão comprometidos R$ 2,6 bilhões. “Portanto, temos R$ 3 bilhões disponíveis só no fundo do Sebrae”, afirmou.

Embora o modelo final da linha de crédito ainda esteja em negociação, Afif disse que já está certo que esses empréstimos estarão livres de exigência de registro em cartório. Segundo técnicos do Sebrae, esse registro custa, em média, R$ 2 mil, o que encarece exageradamente o custo dos empréstimos das micro e pequenas empresas, com média de R$ 15 mil.

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