CONGRESSO

Proposta para dívida dos Estados deve sair em abril

Após reunião com governadores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), anunciou que projeto com bases para a renegociação das dívidas estaduais começará a ser analisado

16/04/2024

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Rodrigo Pacheco e governadores: entre as principais demandas, estão a redução dos indexadores e maior flexibilidade no cálculo do teto de gastos com investimento.

 

 

Edição Scriptum com Agência Senado

 

Ainda em abril deve ser apresentado um projeto de lei para tratar da renegociação das dívidas dos Estados com a União. O anúncio foi feito na segunda-feira (15) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após reunião em Brasília com os governadores Cláudio Castro, do Rio de Janeiro; Romeu Zema, de Minas Gerais; Tarcísio de Freitas de São Paulo; Ronaldo Caiado, de Goiás; e Gabriel de Souza, governador em exercício do Rio Grande do Sul.

Pacheco explicou que os governadores sugerem reduzir os indexadores e, em contrapartida, os Estados fariam investimentos em educação e infraestrutura. Após a reunião, Pacheco lembrou que o Ministério da Fazenda já concordou com a redução do indexador que corrige as dívidas atualmente.

“Pretendemos, ainda no mês de abril, devidamente alinhados com o Ministério da Fazenda, com o ministro Fernando Haddad e sua equipe, e com o governo federal, iniciar o processo legislativo de uma lei complementar que englobe todas essas alternativas e estabeleça um programa real e sustentável para pagamento efetivo dessas dívidas”, disse.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, falou com a imprensa sobre o encontro. Informou que Pacheco deverá receber uma proposta do Executivo até a próxima semana. Algumas dívidas tornaram-se impagáveis para alguns Estados, impedindo que eles possam investir em infraestrutura.

“Os Estados estão engessados, devido a essas correções das dívidas com a União que chegam a um nível estratosférico, não restando nada para que os governos invistam para atender à necessidade de crescimento econômico. Se o Estado não cresce, é lógico que o Brasil também vai ficar bloqueado”, explicou Caiado sobre a situação atual.

Pacheco já havia anunciado que o Senado e os governadores estão aprofundando a definição de linhas gerais de uma lei complementar para regularizar o problema. Entre as principais demandas, estão a redução dos indexadores e maior flexibilidade no cálculo do teto de gastos com investimento.

Segundo o governador de Goiás, para evitar que os Estados continuem engessados, há um consenso para que o indexador passe a ser calculado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 1%, substituindo a correção atual que é pelo IPCA mais 4%. Caiado lembrou que os Estados merecem uma contrapartida pela luta dos governos estaduais contra o crime organizado, tráfico de drogas e de armas.

Sacrifício

Segundo o presidente do Senado, o atual plano de recuperação fiscal não resolve o problema e sacrifica servidores públicos estaduais, especialmente de Minas Gerais. Isso porque o Estado acaba vendendo seus ativos de forma pouco sustentável. “Inúmeras ideias discutidas no momento envolvem a federalização de empresas estaduais, o pagamento dessas dívidas, amortizando com recebíveis, como créditos de ações judiciais ou créditos de dívida ativa dos Estados”, explicou Pacheco.

Para poderem amortizar o valor do principal da dívida ou alongar o vencimento das parcelas, por exemplo, os Estados ofereceriam contrapartidas, realizando investimentos úteis para as sociedades locais. Além do investimento em educação e no ensino profissionalizante, aumentariam os recursos para saúde e infraestrutura.

“Dar condições dos Estados pagarem suas dívidas, mas também fazer tais investimentos é muito bom para o Brasil. Uma solução para os Estados acaba sendo uma solução nacional. Nós faremos a convergência da União com os Estados no âmbito do Congresso Nacional”, prometeu Pacheco.

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