GASTO PÚBLICO

Câmara analisa plano de revisão de despesas para o País

Projeto obriga o presidente da República a enviar anualmente ao Congresso um plano de revisão das despesas públicas. Para o relator Indio da Costa (PSD-RJ), proposta “muda o Brasil para melhor”

25/10/2018

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Edição: Scriptum

 

Uma proposta que “muda o Brasil para melhor”. É assim que o deputado federal Indio da Costa (PSD-RJ) classifica o projeto que obriga o presidente da República a enviar anualmente ao Congresso um plano de revisão das despesas públicas federais. Relator da análise do texto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, o parlamentar afirma que o acompanhamento da execução do orçamento pela sociedade permite “fazer mais com menos”. Segundo ele, “a ideia é que se pague menos impostos e que se tenha mais serviços”.

 

 

Já aprovado no Senado, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 504/18 é de autoria do senador José Serra e altera a Lei de Finanças Públicas (4.320/64). O objetivo da proposta, segundo o senador, é dotar a administração pública federal de um processo contínuo e transparente de avaliação de programas, de vinculações orçamentárias e de renúncias de receitas.

A proposta é inspirada na experiência internacional conhecida como “Spending Reviews”, que ganhou relevância após a crise financeira mundial de 2007-2008. Na época, diversos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) institucionalizaram os planos de revisão de despesas, com o objetivo de reduzir o deficit fiscal e melhorar a alocação dos recursos públicos.

A OCDE reúne as nações mais desenvolvidas do planeta. A lista inclui países como Alemanha, Reino Unido, Austrália, Dinamarca, França e Canadá.

Em geral, o plano é realizado por um comitê associado ao ministério da economia local. É o caso, por exemplo, da Itália, onde uma “Commissione Tecnica”, ligada diretamente ao ministro da Economia desde 2008, reavalia periodicamente as despesas públicas.

Segundo a proposta agora em análise na Câmara, o Plano de Revisão Periódica de Gastos será remetido ao Congresso junto com a mensagem presidencial que é lida todos os anos na abertura da sessão legislativa, em 2 de fevereiro. Ele conterá avaliações de programas, de vinculações orçamentárias, de subsídios e subvenções, e de renúncias de receitas do governo federal, que servirão de base para a elaboração das leis orçamentárias (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual).

Estrutura mínima

A proposta fixa uma estrutura mínima do plano. O texto deverá conter, pelo menos, as seguintes informações:

  • quadro plurianual de despesas públicas, distribuídas segundo as funções de governo;
  • avaliação da economicidade e da sustentabilidade fiscal dos programas governamentais, incluindo os incentivos fiscais;
  • medidas necessárias ao aprimoramento da gestão fiscal e das políticas públicas, em especial as dedicadas ao combate à pobreza e redução das desigualdades; e
  • identificação de medidas orçamentárias para reduzir o deficit fiscal.

Também serão demonstrados os cenários fiscais de referência no curto, médio e longo prazos.

O projeto aguarda votação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Depois seguirá para análise das comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; e do Plenário da Câmara.

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