Deficientes visuais também são vítimas do despreparo

A psicóloga Erséa Maria Alves, uma das participantes do Encontro Democrático “Acessibilidade: a cidade sem barreiras”, entende bem as dificuldades relatadas pela palestrante, a deputada federal Mara Gabrilli. Vítima de uma doença degenerativa da retina que a deixou progressivamente sem visão a partir do início da idade adulta, ela aponta a falta de preparo da […]

17/10/2016

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“É necessário que quem presta algum tipo de serviço público saiba como agir”, diz Erséa.

A psicóloga Erséa Maria Alves, uma das participantes do Encontro Democrático “Acessibilidade: a cidade sem barreiras”, entende bem as dificuldades relatadas pela palestrante, a deputada federal Mara Gabrilli. Vítima de uma doença degenerativa da retina que a deixou progressivamente sem visão a partir do início da idade adulta, ela aponta a falta de preparo da grande maioria das pessoas para lidar com deficientes visuais como o maior dos problemas enfrentados. “Mesmo um motorista de ônibus não sabe como ajudar”, conta ela. “Dizem: ‘segura aqui’. Mas segura aqui onde?”.

Erséa é ativista na defesa dos direitos dos deficientes visuais em duas organizações não-governamentais, o Grupo Retina São Paulo – parte da rede do Retina Internacional – e o Instituto Iris (Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social). Segundo ela, um grande avanço seria tanto o poder público quanto as empresas privadas preparem melhor seus funcionários para atender aos deficientes – estima-se que 24% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência. “É necessário que quem presta algum tipo de serviço público saiba como agir”, diz ela. “Deveriam ser preparadas com cursos, e isto vale também para empresas privadas que não prestam serviços públicos mas têm relacionamento direto com as pessoas”.

A falta de conservação das calçadas na maior parte das cidades brasileiras também é um problema cotidiano enfrentado pelos deficientes visuais. E tudo fica pior porque além do piso mal-cuidado, as prefeituras normalmente não padronizam a instalação de mobiliário urbano como floreiras, orelhões e lixeiras. “Se o deficiente visual sabe que as lixeiras, por padrão, são sempre instaladas do lado direito, ele saberá como caminhar de maneira que não se acidente”, afirma Erséa.

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