CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Kassab anuncia mais recursos para pesquisa científica

Serão destinados R$ 25,7 milhões a pesquisa em biomas e educação científica. Para o ministro Gilberto Kassab, medida comprova a atenção às políticas de sustentabilidade e popularização da ciência

16/08/2017

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Ministro Kassab destacou que editais lançados comprovam atenção do governo à sustentabilidade e popularização da ciência

 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, anunciou nesta quarta-feira (16) o lançamento de chamadas públicas para projetos integrados e sustentáveis que vão beneficiar biomas como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e baías fluviais e marinhas do litoral brasileiro. Um total de R$ 25,75 milhões serão destinados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) à pesquisa de soluções de impacto social que levem em conta a segurança hídrica, energética e alimentar.
As chamadas voltadas a biomas e baías atendem à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), válida de 2016 a 2022, e à Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Para o ministro, “a Encti tem como princípio Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Econômico e Social. A orientação é minimizar assimetrias do país”. Ele destacou que “os seis editais lançados comprovam a atenção do governo federal às políticas públicas de sustentabilidade e popularização da ciência”.

Segundo o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do MCTIC, Jailson de Andrade, trata-se da primeira ação concreta e direta do governo federal para atingir a Agenda 2030, cujos 17 ODS estão dispostos de forma transversal nas chamadas públicas. A diretriz da ONU estimula ações para erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, industrialização e infraestrutura.

Na visão do titular da Seped, as chamadas estão, ainda, “completamente de acordo” com a Encti, especialmente em quatro dos 12 temas prioritários do documento: biomas e bioeconomia, água, alimentos e energia. A Estratégia destaca o papel da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado, do Pantanal, da Mata Atlântica, dos Pampas e dos ecossistemas marinhos para o suprimento sustentável de alimentos, energia, biomateriais, moléculas e princípios ativos de interesse econômico, em consonância com a preservação da biodiversidade.

O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, ressaltou a sintonia com o Ministério da Educação (MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), parceiros na viabilização dos dois editais para feiras, mostras e olimpíadas. “Essas chamadas representam uma articulação institucional fundamental para a ciência e o governo, na medida em que MCTIC e MEC associam suas agências de fomento para somar recursos e atender demandas científicas do Brasil. Estamos aproveitando essa oportunidade para juntar esforços em benefício das atividades de pesquisa, atrás de resultados mais eficazes para a sociedade brasileira”, pontuou.
Impacto social

Aberta até 30 de setembro, a primeira chamada pública dispõe de R$ 6 milhões, sendo que R$ 4 milhões são voltados à Caatinga e outros R$ 2 milhões ao Cerrado. As propostas precisam integrar as seguranças hídrica, energética e alimentar, de modo a aproveitar essa sinergia para atacar problemas regionais e sociais, como o desenvolvimento de sistemas produtivos sustentáveis e adaptados à realidade local, à mudança do clima e à preservação e recuperação da biodiversidade.

O MCTIC optou por organizar recursos por bioma para evitar a concentração regional dos projetos. “Em vez de estabelecer um sistema geral em que todos concorreriam em um mesmo edital, fizemos essa distinção, que facilita tanto a orientação dos pesquisadores quanto o processo de avaliação”, explicou o secretário Jailson de Andrade.

O padrão se reflete na chamada direcionada à Mata Atlântica, ao Pantanal e aos Pampas, também aberta até 30 de setembro e com R$ 6 milhões disponíveis, divididos igualmente entre as três regiões. Cada proposta aprovada deve receber de R$ 300 mil a R$ 500 mil, por três anos. Os projetos de pesquisa devem estabelecer consórcios com investigadores de pelo menos duas instituições, sediadas em unidades da federação diferentes e dentro do bioma escolhido.

Baías
Disponível até 2 de outubro, o terceiro edital reserva R$ 4 milhões para pesquisas em ações integradas e sustentáveis em reentrâncias do litoral brasileiro. A principal faixa de financiamento distribuirá R$ 800 mil a projetos em três baías principais – da Guanabara, no Rio de Janeiro; de Todos os Santos, na Bahia; e de São Marcos, no Maranhão. Outras quatro baías menores poderão ser contempladas com R$ 400 mil cada.

De acordo com Jaílson de Andrade, “a depender do referencial, São Marcos é a maior delas e, em tese, a menos estudada. Já a baía de Todos os Santos tem três vezes o tamanho da Guanabara, tem todo um desenvolvimento industrial em volta e uma população de pouco mais de 3 milhões de pessoas em seu entorno. Por outro lado, a baía carioca abriga entre 14 e 15 milhões de habitantes e uma zona industrial ainda mais intensa e trata-se de um local extremamente impactado”.

Ele completa lembrando que “o país ainda possui diversas outras baías menores, como Camamu e Sepetiba. Por isso, separamos a chamada em duas faixas. Tem que ter essa distinção porque, se não, acabaria que uma ou duas poderiam atrair todos os recursos para si. A ideia é melhorar a competitividade do pessoal e ter uma visão maior do conjunto das baías do Brasil.”

Inventários
O quarto edital apoiará, com R$ 2 milhões, a implantação, a manutenção e o monitoramento de redes de inventário da biota – conjunto de todos os seres vivos de uma região – na Amazônia Legal. A iniciativa deve gerar uma coleção de biodiversidade amazônica, a exemplo de experiências anteriores do MCTIC e do CNPq, como o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e o Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota). A data limite para submissão das propostas é 2 de outubro. A agência deve publicar nos próximos dias a chamada, parcialmente divulgada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).

Métodos alternativos
No início do mês, o ministério lançou o Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos à Experimentação Animal, com inscrições abertas até 20 de outubro na página da Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama). O concurso busca revelar talentos e impulsionar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação na área. Serão concedidos até R$ 15 mil aos vencedores de cada categoria – Produção Acadêmica e Desenvolvimento Tecnológico & Inovação.

 

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