Câmara

Líder do PSD: há maturidade para aprovar reformas estruturais

O deputado Marcos Montes (PSD-MG) acredita que a Câmara pode aprovar este ano novas regras para a aposentadoria. “A insolvência do sistema está muito perto e não podemos deixar que isso aconteça”, diz

08/02/2017

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O líder da bancada do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), acredita que as reformas encaminhadas pelo governo podem vir a ser aprovadas pela Casa este ano. Para ele, não será simples, mas é possível. “Tranquilidade nunca tem, mas é claro que há maturidade e consciência de que a reforma da previdência, por exemplo, é necessária para o país”. Para ele, a tensão política provocada pelos desdobramentos da operação Lava Jato também não deve impedir que outras reformas consideradas importantes pelo partido, como a trabalhista e a política, sejam aprovadas no Congresso.

Veja entrevista em vídeo:
Para Marcos Montes, a operação Lava Jato, “do ponto de vista ético, é muito importante para o País. E a reforma política também. As duas coisas podem caminhar juntas”. Para o deputado, a reforma trabalhista pode funcionar como um instrumento para a geração de empregos no País. “É facilitar o empregador, preservando o trabalhador”, disse.

Médico, com especialização em medicina do trabalho, Montes assume a liderança do PSD pela primeira vez, depois de já ter atuado como vice-líder do governo e do próprio PSD.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo líder:

Quais são as prioridades do partido para o ano de 2017?

Primeiro, será um ano realmente difícil, mas importante. Acho que o Brasil começa a apontar para rumos diferentes. Acho que o governo começa a mostrar a que veio e nós, que somos líderes da base do governo, temos essa responsabilidade de respaldar o governo naquelas medidas que nós acharmos que são importantes para o País. Então, eu acredito que essas medidas, a reforma da Previdência, a reforma trabalhista, a reforma tributária, são pautas fundamentais para o País. E aqui nós vamos discutir, e o nosso partido se debruçará sobre essas matérias para poder ajudar o Brasil.

O senhor acredita que a reforma da Previdência possa ser aprovada ainda neste ano?

Eu acho que, com facilidade, é claro que não. Por isso que ela não foi aprovada até hoje. Ela tem extrema dificuldade de ser analisada, porque aqui é um parlamento diverso, há representatividade de todos os setores, mas todos estão conscientes da profunda necessidade de se alterar realmente a situação em que se encontra o sistema previdenciário brasileiro. Claro que vamos tentar fazê-lo dentro das discussões democráticas e de uma forma que preserve direitos e dê segurança para quem está nesse sistema se aposentar com mais tranquilidade do que atualmente, com esse deficit que está na Previdência.

Quais projetos o partido avalia como prioridades?

Não é o projeto, é o assunto. Eu acho que a Previdência é um deles. A questão da segurança vai calar muito fundo dentro das nossas discussões. Precisamos encontrar um caminho onde as forças representativas da segurança possam realmente mostrar resultado. E algumas decisões importantes podem passar aqui pelo Parlamento. Isso [a segurança pública] é o que tem afetado bastante a sociedade brasileira. E tem essas medidas como a questão da Previdência e a reforma trabalhista, que é um instrumento para diminuir um pouco o desemprego, que já está batendo na casa dos 12 milhões de pessoas. Acho que a reforma trabalhista é um instrumento, ao lado da retomada do crescimento da economia, para a retomada dos empregos. É facilitar o empregador, preservando o trabalhador. Precisamos encontrar essa fórmula: facilitar as contratações e preservar os direitos dos trabalhadores.

É possível pensar em reforma política ainda sob os efeitos dos desdobramentos da operação Lava Jato?

Eu acho que a Lava Jato vai andar paralelamente com o que vai acontecer na Casa. É claro que vai haver um desgaste, é natural que haja, mas é muito importante que isso ocorra no Brasil. Essa passada a limpo, do ponto de vista ético, é muito importante para o País. E a reforma política também é importante para o País. As duas coisas podem caminhar juntas. Precisamos colocar isso a limpo, mostrar quem é quem. Quem poderia imaginar que o Brasil estivesse vivendo esse momento de punição àqueles que erram? Mas não pode ser uma caça às bruxas sem critérios estabelecidos pela Justiça e por aqueles que querem colocar o Brasil no rumo certo.

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