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Nova lei amplia mercado do queijo artesanal de Sergipe

Governador Belivaldo Chagas (PSD) sanciona lei que regulamenta a produção e venda dos queijos artesanais e atende produtores, que agora podem comercializar produtos em todo o país

30/04/2019

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O governador Belivaldo Chagas: “É mais emprego e geração de renda para os produtores”

 

Edição: Scriptum

 

Uma antiga reivindicação dos produtores e apreciadores de queijos artesanais foi atendida na tarde de segunda-feira (29) pelo governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD). No município de Nossa Senhora da Glória, no sertão sergipano, ele sancionou projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado que regulamenta a produção e a comercialização dos queijos artesanais (tradicional e inovação) em Sergipe.

A legislação – que permite aos produtores comercializar os derivados do leite em todo o País – detalha os processos, técnicas, tipos de queijos e demais derivados do leite produzidos artesanalmente, além de estabelecer critérios que asseguram a qualidade e inocuidade dos produtos.

Atualmente, Sergipe tem 250 queijarias registradas e, com a regulamentação, o objetivo é fortalecer ainda mais e expandir o mercado. Por isso, a lei trata de diversas recomendações voltadas à higienização, equipamentos e instalações das queijarias, onde são fabricados, maturados e embalados os produtos. A nova legislação também vai exigir certificações aos manipuladores envolvidos no processo de fabricação do derivado do leite.

 

O produtor Arivaldo Barreto: “A vigência dessa lei representa uma grande conquista”

 

Para o produtor de queijos artesanais do município de Poço Verde, Arivaldo Barreto, a aprovação do Projeto de Lei que regulamenta as queijarias artesanais de Sergipe é uma vitória da pecuária e da cultura popular sergipana. “Para nós, produtores de queijo, a vigência dessa lei representa uma grande conquista. Com o selo de inspeção do produto municipal ou estadual, só poderíamos vender na própria localidade de origem. Para comercializar em outros Estados era necessária uma inspeção federal, que exigia uma mega estrutura e requisitos de alto custo”, explica o produtor.

Arivaldo, que integra a Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), conta que a aprovação da lei é fruto de um trabalho conjunto dos queijeiros de Sergipe, que buscaram autoridades e instituições de pesquisa, como a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Instituto Federal de Sergipe (IFS) para discutir e mostrar a importância da mudança na legislação. “De forma unida e coesa, trabalhamos durante um ano e meio discutindo e debatendo a importância de ter uma lei que regulamentasse a produção queijeira. Para nós produtores, não fazia sentido produzir um queijo, como no meu caso, há quatro quilômetros de distância da Bahia e não poder comercializar lá”, lembra.

Outro ponto importante, em sua opinião, “é que, a lei de 2010 só reconhecia como artesanal o queijo coalho, quando na verdade o mercado cresceu e existem outros tipos de produção. No meu empreendimento, por exemplo, produzimos sete tipos de queijo. Então, mostramos às lideranças políticas, ao Governo do Estado, a importância de uma nova legislação para o nosso mercado, que abrangesse e reconhecesse toda a produção”, complementou.

Para a também produtora de queijos do município de Poço Verde, a mestre queijeira Daniela Barreto, a lei representa um marco regulatório para o mercado, além de desmistificar diversos conceitos sobre a produção artesanal. “A regulamentação quebra toda aquela ideia de que o queijo artesanal é um queijo feito sem fiscalização, de forma caseira, quando na verdade, não é nada disso. Nós somos fiscalizados assim como acontece em uma grande indústria. A diferença entre o queijo artesanal e o industrial é o processo de produção, a não utilização de conservantes, ou seja, toda uma metodologia diferenciada de estudos pautada na artesanalidade, mas tudo de forma profissional e certificada”, explicou.

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