ARTIGO

Fábio Trad: Mercado aciona modo ‘histeria

Deputado federal do PSD do Mato Grosso do Sul diz que é possível combater a fome, a pobreza e a desigualdade social, sem quebrar financeiramente o Estado brasileiro

21/11/2022

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Fábio Trad, deputado federal

Edição: Scriptum

Lula nem assumiu e já tem que lidar com as caras e bocas dessa figura espectral, sem rosto e sem identidade, chamada Mercado.

Mas, afinal, o que pretende o Mercado? Segundo seus porta-vozes, pretende chamar a atenção de Lula para a responsabilidade fiscal.

Ocorre que Lula foi eleito pelo povo brasileiro para assumir uma outra responsabilidade, a responsabilidade social! Esta é a grande questão, é o grande desafio: combater a fome, a pobreza e a desigualdade social, sem quebrar financeiramente o Estado brasileiro.

E isso é possível. Não são poucos os economistas, homens e mulheres, que oferecem consistentes e valiosas contribuições neste sentido.

Mas a questão que me parece mais relevante e pouco discutida neste momento é a seguinte: muita gente que representa o tal do Mercado, incluo aí economistas que foram até ministros de Estado em governos anteriores, apoiaram Lula, senão no primeiro, no segundo turno. E a razão sempre a mesma: proteger e salvaguardar a nossa democracia.

Ora, não há neste ponto um contrassenso? Votaram em Lula em defesa da democracia. Mas quando Lula fala em responsabilidade social, reclamam? Não se fortalece uma democracia sem frontal e permanente ataque à pobreza, ataque à miséria, ataque à fome! Ou acham que é possível vivermos uma democracia em um país de famintos e miseráveis?

Todos sabemos que um país de invisíveis economicamente é presa fácil para regimes autoritários. Não há motivo para o Mercado acionar o modo ‘histeria’ quando o que pretende o próximo presidente é justamente capacitar economicamente os que hoje não existem para o consumo. E, por consequência, criar as condições para o aquecimento da economia com a incorporação de milhões de pessoas no círculo econômico.

Portanto, o fato certo e induvidoso de que o presidente Lula jamais pregou a irresponsabilidade fiscal deve ser motivo de alento ao mercado, bem como a postura firme e decidida do próximo presidente de não abrir mão da responsabilidade social, já que esta, sim, é a melhor e mais eficiente via para o desenvolvimento da nossa economia e o fortalecimento da nossa democracia.

 

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