Parceria

Brasil e Espanha reforçam cooperação na área de tecnologia

No 1º Fórum Brasil-Espanha, ministro Gilberto Kassab lembrou que, a partir de 2019, os dois países estarão unidos por 10 mil km de cabos submarinos com alta capacidade para comunicação de dados

25/04/2017

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O ministro Kassab: “Nós temos oportunidade de investimentos importantes para fortalecer os campos das políticas públicas de inovação, da infraestrutura e da formação de pessoal.”

 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, participou nesta segunda-feira (24), em São Paulo (SP), do 1º Fórum Espanha‐Brasil. No encontro, ele destacou que os dois países têm consciência de que investimentos em pesquisa geram oportunidades para enfrentar crises econômicas e destacou a vocação brasileira em tecnologia digital com os exemplos do sistema de declaração de Imposto de Renda via internet, das eleições com urnas eletrônicas e dos avanços em automação bancária.

Para ele, “todas essas situações demonstram que vale a pena continuarmos a acreditar em pesquisa e que precisamos cada vez investir mais recursos públicos e privados em ciência”, disse. “E mais do que isso: parcerias são fundamentais para um desenvolvimento mais rápido, para que a gente possa promover intercâmbio de conhecimento e potencializar o que acontece aqui e em qualquer canto do mundo.”

O ministro enfatizou ter “plena convicção” de que parcerias recentes têm aproximado Brasil e Espanha em pesquisa e comunicações, ao lembrar que, em 2017, o país europeu recebeu delegações com dirigentes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do próprio Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), ao lado da Embratel. “Nós temos oportunidade de investimentos importantes para fortalecer os campos das políticas públicas de inovação, da infraestrutura e da formação de pessoal.”

Cabo submarino

Para o ministro Kassab, a parceria mais emblemática é a construção de 10 mil quilômetros de cabos submarinos entre Brasil e Europa, anunciada nesta segunda. “Nossos países estarão unidos por fibra óptica a partir de 2019, fazendo com que a comunicação de dados seja mais ágil e segura”, comentou, em referência ao projeto EllaLink, que ligará diretamente Fortaleza e São Paulo a Lisboa e Madri. A empreitada terá capacidade total de 72 terabits por segundo (Tbps).

Fornecida pela Alcatel Submarine Networks, a rede já possui estações em Praia Grande (SP), Fortaleza e na cidade portuguesa de Sines. A conexão chegará por via terrestre, em um anel protegido de fibra óptica, a datacenters de São Paulo e das duas capitais ibéricas. A infraestrutura poderá ainda se conectar, em seu caminho oceânico, aos arquipélagos das Canárias, da Madeira e de Cabo Verde. Um dos objetivos do projeto é servir às comunidades de pesquisa da América Latina e da Europa.

Atualmente, oito cabos submarinos ligam o Brasil a outros países: sete direcionados para os Estados Unidos e apenas um para a Europa – ainda assim tecnologicamente superado e com menor capacidade.

Apoio à inovação

Kassab adiantou que a Finep prepara uma chamada pública com o Centro para Desenvolvimento Tecnológico Industrial (CDTI), da Espanha, a fim de apoiar projetos inovadores a serem realizados por consórcios que reúnam empresas e instituições de ciência e tecnologia (ICTs) brasileiras e espanholas. “Esses convênios vão proporcionar investir recursos em questões específicas, que efetivamente devem contribuir para gerar soluções de infraestrutura aos dois países, com modernizações, aperfeiçoamentos e técnicas de produção.”

Em março, Finep e CDTI firmaram ainda a decisão de estabelecer fluxos de intercâmbio de pessoal técnico entre suas sedes, no Rio de Janeiro e em Madri, com vistas à troca de conhecimento sobre metodologias e práticas de apoio. Outra parceria prevê a colaboração entre as ICTs integrantes do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (Sisnano) e do Imdea Nanociencia, unidade do Instituto Madrilenho de Estudos Avançados (Imdea).

O terceiro convênio destacado pelo ministro inclui a Fapesp e concentra-se na formação de recursos humanos, por meio do financiamento de bolsas de estudo. “Temos essa oportunidade de levar brasileiros à Espanha e, com isso, participar diretamente dos projetos em que estamos envolvidos”, explicou. “E a recíproca é verdadeira, com a vinda de espanhóis ao nosso país.”

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