Ciclofaixa atrai 120 mil pessoas aos domingos e vira referência no país

Criada em 2009 pela administração Kassab, a ciclofaixa de lazer chegou a 120 km e serviu de modelo a outras capitais brasileiras.

05/06/2014

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Em São Paulo, a cada domingo cerca de 120 mil pessoas deixam seus carros em casa e vão pedalar pelos 120 km de ciclofaixas de lazer, implantadas a partir de 2009 na cidade. Na administração do ex-prefeito Gilberto Kassab, a preocupação com a bicicleta foi uma tônica. Entre 2006 e 2012, além das ciclofaixas foram criados 60 km de ciclovias e outros 60 de rotas de bicicletas, totalizando uma malha cicloviária de mais de 200 km.

A ciclofaixa de lazer paulistana obteve resultados tão positivos que tornou-se modelo para outras cidades do país, como Brasília, Rio de Janeiro e Recife.

Em uma metrópole, cuja vocação para o uso do automóvel, em detrimento da utilização do transporte coletivo, é citada como uma de suas principais características, é estimulante conhecer esses números. Estudos realizados com frequentadores das ciclofaixas de lazer mostraram que, em seu cotidiano, quando voltaram a se locomover de automóvel, eles passaram a respeitar muito mais os ciclistas. A ciclofaixa é um processo educativo e de estímulo ao compartilhamento do espaço viário.

Hoje, aos domingos e feriados nacionais, é visível a presença de várias gerações da mesma família na ciclofaixa: avós, pais, netos. Há relatos de parentes que voltaram a conviver a partir de encontros na ciclofaixa. E são essas pessoas que durante a semana retomam seus papéis como motoristas e passageiros de automóveis. Porém, retomam com outra visão – a de quem exerceu a experiência de andar sobre duas rodas.

A ciclofaixa de lazer tem se mostrado ainda um excelente meio de os moradores de São Paulo conhecerem a própria cidade, pois seus trajetos já abrangem as zonas sul, norte, leste e oeste da capital. Muitos ciclistas puderam descobrir e redescobrir os pontos tradicionais e turísticos do centro da cidade pela ciclofaixa de lazer. Isso sem falar que a ciclofaixa acaba criando um rastro positivo por onde passa: movimenta o comércio, ao lotar bares e restaurantes, e os pontos culturais, ao levar um novo público a museus e locais históricos.

Outra preocupação da gestão Kassab foi com a segurança dos ciclistas. Com esse foco, a Prefeitura criou em 2012 o Programa de Segurança ao Ciclista, que previa várias medidas de engenharia, fiscalização e de educação de trânsito. Um exemplo disso foi a criação de cursos na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para orientar e conscientizar os ciclistas sobre como se comportar no trânsito, por meio de aulas teóricas e práticas.

As empresas gerenciadas pela SPTrans (São Paulo Transporte) também passaram a oferecer treinamento específico para motoristas de ônibus sobre o convívio seguro com ciclistas no trânsito.

Outra medida criada em 2012 foi o Bike Sampa, programa de compartilhamento de bicicletas disponibilizadas em estações espalhadas pela capital paulista.  O programa previa a instalação de 300 estações com 10 bicicletas cada uma, totalizando 3 mil bikes à disposição dos paulistanos.

 

 

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