Microempresas

Com o Favela Mais, Sebrae estimula empreendedores

Guilherme Afif, do Sebrae participou neste fim de semana do lançamento de projeto que vai regularizar a situação de quem já empreende e dar orientações para os que desejam abrir o próprio negócio

22/05/2017

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Desde sábado (20), moradores de Paraisópolis e Heliópolis, duas das maiores favelas de São Paulo, passaram a contar a partir com o apoio de várias soluções do Sebrae para quem pretende empreender. O presidente do Sebrae nacional, Guilherme Afif Domingos, esteve nas duas comunidades lançando o projeto Favela Mais, junto com representantes da Cufa (Central Única das Favelas). O projeto vai regularizar a situação de quem já empreende e dar orientações para os que desejam abrir o próprio negócio.

Para Afif, a iniciativa oferece a “oportunidade de realizar um sonho, de poder ter trabalho, renda e formar uma família”. Os moradores das duas favelas poderão procurar, a partir de agora, os Centros Educacionais Unificados (CEUs) de Paraisópolis e Heliópolis para terem acesso ao atendimento da instituição.

Afif destacou que o programa permite que os empreendedores locais regularizarem seus negócios com simplicidade e sem burocracia, gerando empregos e oportunidades. “E o mais importante é que essas oportunidades sejam geradas dentro da própria comunidade”, ressaltou. O Favela Mais identificará moradores com perfil empreendedor, incentivar a formalização de empresas já existentes e promover a capacitação empresarial nas comunidades carentes paulistas.

O empreendedor Rogério Pereira, dono da grife Malokeiro, de Paraisópolis, ressaltou as vantagens de estar formalizado como Microempreendedor Individual (MEI). “Assim que eu comecei a vender a minhas peças, há três anos, busquei a formalização. Com isso, eu pude emitir notas e abrir uma conta de pessoa jurídica”, conta ele, que inicialmente vendia somente pela internet e há pouco mais de um ano abriu uma loja em Heliópolis. Além do público local, a grife faz sucesso entre vários artistas.

O Favela Mais levará diretamente soluções do Sebrae às comunidades, como os programas de qualificação do Microempreendedor Individual (MEI). Ainda será disponibilizado o programa SuperMEI, lançado em parceria com o Sebrae em São Paulo, que visa requalificar pessoas nas profissões que faltam no mercado, como encanador, eletricista, entre outras atividades, transformando-os em microempreendedores individuais. Também serão fornecidas orientações sobre acesso ao microcrédito por meio do Desenvolve SP, para capital de giro, melhorias no negócio, estoque e equipamentos.

Show

O rapper e ativista MV Bill, que nasceu na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde vive até hoje, participou da abertura do evento em Paraisópolis e em Heliópolis e elogiou o projeto Favela Mais, destacando que a formalização dos empreendedores das comunidades como MEI vai transformar a vida de todos. “Vai trazer uma série de benefícios e cidadania”.

As empresas poderão ser legalizadas independentemente da regulação do imóvel em que estão instaladas. “Todas as empresas aqui de Paraisópolis podem estar na legalidade, recolhendo seus tributos, alguns pequenos, como no caso do Microempreendedor Individual MEI), que geram benefícios previdenciários, como o auxílio-maternidade, além de acesso aos programas sociais”, ressaltou Afif.

Para ele, “o que estamos fazendo aqui é inclusão, e o MEI é o maior programa de inclusão social do mundo, porque é social e econômica”, disse. Atualmente são 7 milhões de MEI regularizados e a meta é chegar a 12 milhões. A grande maioria desses empreendedores está dentro das comunidades, onde hoje moram quase 16 milhões de pessoas e que movimentam R$ 80 bilhões por ano.

Em conjunto com a Prefeitura de São Paulo e o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), o programa Favela Mais também vai oferecer cursos de capacitação para beneficiários do Bolsa Família. “É uma importante porta de saída, porque o beneficiário do Bolsa Família poderá ser dono do próprio nariz e não ser dependente de ninguém”, comentou o presidente do Sebrae.

As duas comunidades carentes de São Paulo têm cerca de 300 mil habitantes (Heliópolis com mais de 200 mil moradores e Paraisópolis, aproximadamente 100 mil). Ambas têm uma economia local bastante ativa e até alguns pontos de WiFi . São mais de 5 mil comerciantes e muito potencial para o surgimento de novos negócios. Além daqueles já existentes e que ainda não foram formalizados.

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