SENADO

Mara Gabrilli quer mais proteção legal às crianças

Projeto de Mara Gabrilli (PSD-SP) foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos do Senado, antecipando pagamento de multa em ações relacionadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente

16/04/2024

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Proposta da senadora Mara Gabrilli permite a cobrança de multa por descumprimento de decisão judicial antes do trânsito em julgado da ação ligada ao ECA

 

 

Edição Scriptum com Agência Senado

 

Projeto da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) com o objetivo de tornar mais efetiva a proteção legal de crianças e adolescentes foi aprovado na terça-feira (16) pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. A proposta da senadora permite a cobrança de multa por descumprimento de decisão judicial antes do trânsito em julgado da ação ligada ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Mara Gabrilli argumentou que o ECA não segue a lógica do Código Civil (Lei 13.105, de 2015), que não condiciona o pagamento da multa ao fim da ação. Para ela, não faz sentido determinar uma multa para constranger uma parte a cumprir a sentença se só é possível exigir o pagamento depois que a ação chega ao fim, na maior parte das vezes muito tempo depois.

O PL 3.126/2021 altera o ECA (Lei 8.069, de 1990) para estabelecer que a multa pelo descumprimento das obrigações determinadas pelo juiz terá que ser paga a partir da data da decisão judicial, independentemente do fim da ação (trânsito em julgado).

O texto segue agora para análise terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relatório do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que foi lido na comissão pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN), foi favorável à proposta, afirmando que “a proteção da criança e do adolescente é prejudicada, já que, sem a possibilidade de se exigir o pagamento da multa pelo réu desde o descumprimento da obrigação, a chance de que a decisão judicial continue a ser descumprida aumenta drasticamente, perdendo-se em parte a finalidade da multa cominatória e chancelando-se a possibilidade de que os direitos da criança e do adolescente sejam persistentemente violados”.

O relator fez duas mudanças no texto. A primeira para deixar claro que a multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não ela não for cumprida. Os valores deverão ser depositados em juízo e poderão ser sacados após o fim da ação. Segundo ele, a mudança de redação aproxima ainda mais o ECA do Código Civil.

Por último, Alessandro acabou com a exigência de se aguardar 30 dias a partir do fim da ação para que o Ministério Público possa dar entrada na ação de execução das multas não pagas.

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