CONGRESSO

Pacheco quer agilidade na solução de dívidas estaduais

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), elogiou a proposta de trocar investimento em educação por dívida, apresentada pelo ministro da Fazenda a governadores do Sul e Sudeste

27/03/2024

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Rodrigo Pacheco (centro) com os governadores Cláudio Castro, Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Marilisa Boehm, Romeu Zema, Eduardo Leite e Renato Casagrande

 

 

Edição Scriptum com Agência Senado

 

As soluções para renegociação das dívidas dos Estados com a União serão definidas nas próximas semanas. A informação foi dada no final da tarde de terça-feira (26) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após reunião com os governadores dos Estados do Sul e do Sudeste e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No encontro, Pacheco pediu que o governo envie ao Congresso projeto de lei nesse sentido em até dez dias. O senador do PSD de Minas elogiou a proposta inicial do governo de ampliação do ensino técnico e profissionalizante nos Estados, como contrapartida à renegociação das dívidas, mas sublinhou que o problema principal são as “dívidas impagáveis” de alguns Estados com a União.

“Acho bastante interessante a ideia do Ministério da Fazenda em relação ao fortalecimento do ensino profissionalizante e os investimentos como condição para redução de juros., mas é uma ideia paralela ao que é o cerne do problema. A nossa proposta se mantém, é isso que nós vamos tramitar no Congresso: que é a questão do pagamento da dívida, aceitação de ativos, inclusive capital acionário, recebíveis, créditos de ações judiciais e a redução do índice de correção da dívida”, afirmou.

Veja em vídeo como foi o evento:

 

Pacheco disse que o Senado e os governadores querem um programa de pagamento dessas dívidas que seja sustentável e substitua o atual regime de recuperação fiscal. Para ele, o índice de correção das dívidas não quitadas precisa mudar, pois gerou aumento substancial no endividamento estadual. Os débitos são atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% e encargos.

“A alteração do índice, eu considero que é algo inevitável, que precisa ser concretizado para bem dos Estados e para bem da União. Mas, além da discussão do índice de correção, nós precisamos ter um programa sustentável de pagamento da dívida (…) para equacionamento do problema num menor espaço de tempo e poder haver o pagamento efetivo da dívida”, adiantou.

Pacheco tem enfatizado que o endividamento das unidades da Federação é “o maior problema federativo” que o Brasil enfrenta. Participaram da reunião os governadores Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ), Ratinho Júnior (PR), Renato Casagrande (ES), Eduardo Leite (RS), Tarcísio de Freitas (SP) e a vice-governadora Marilisa Boehm (SC). Ratinho Júnior é o presidente do Consórcio de Integração dos Estados do Sul e Sudeste do Brasil (Cosud).

Dívidas

Os débitos de Minas Gerais com o governo federal ultrapassam os R$ 160 bilhões. Mas o problema também atinge Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás. A dívida de Minas Gerais com a União começou em 1998, no valor de R$ 15 bilhões.

Pacheco apresentou a proposta de renegociação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro do ano passado. O acordo prevê quatro estratégias para a quitação dos débitos: rediscussão do valor da dívida; transferência para a União de ativos do estado avaliados com preço justo; cessão de créditos judiciais para a União; e desconto do saldo remanescente da dívida.

Segurança pública

A segurança pública foi outra questão debatida com os governadores, segundo Pacheco. Os governadores defenderam a aprovação de projetos relativos às chamadas audiências de custódia, à segurança jurídica dos policiais durante abordagens, ao compartilhamento e integração de dados e informações entre todas as polícias do país e à criação do qualificador de homicídio a mando de organização criminosa.

“Eu particularmente fiz um pedido aos governadores para que eles possam priorizar, nos seus respectivos Estados, o sistema socioeducativo. Apostar na recuperação de menores infratores, o sistema socioeducativo recupera muito melhor do que o sistema penal comum”, explicou Pacheco.

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