ECONOMIA

Senadores do PSD criticam Ford por fechar fábricas no País

Otto Alencar e Angelo Coronel defenderam punição para a montadora multinacional, que recebeu muitos subsídios do governo e agora vai demitir cerca de cinco mil funcionários no País

12/01/2021

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Os senadores Otto Alencar e Angelo Coronel

 

Senadores do PSD da Bahia, Otto Alencar e Angelo Coronel criticaram duramente nesta terça-feira (12) a decisão da montadora Ford de interromper a produção de seus veículos no Brasil, fechando três unidades fabris e demitindo cerca de 5 mil funcionários. O senador Otto Alencar lembrou que, para operar na Bahia, a empresa “teve doação de terreno, isenções fiscais federais e estaduais, equalização das taxas de juros e empréstimos de longo prazo”. “A Ford pratica capitalismo selvagem. Não merece respeito”, escreveu em suas redes sociais.

Por sua vez, Angelo Coronel defendeu punição para a Ford. “Quero fazer um apelo, unir todos os governos, todo o Congresso, para chamar a diretoria da Ford e impor punições. Quer ir embora? Devolva todos os impostos que deixaram de pagar ao longo desses anos”, afirmou Coronel.

O senador considera “inadmissível” que a Ford anuncie o fechamento de fábricas depois de décadas de isenção de impostos e benefícios concedidos por vários governos. “É inadmissível essas empresas virem, se instalarem, receberem incentivos fiscais e, depois, simplesmente com sua vontade, dizer tchau Brasil e que se danem os empregos que foram gerados e a renúncia fiscal que os governos fizeram para deixar ela produzir no país”, disse.

Coronel defendeu, ainda, a união entre partidos, Congresso Nacional e governo federal para a manutenção de empregos e empresas no país, principalmente no contexto de pandemia da covid-19.

A decisão da multinacional também foi criticada por uma das lideranças jovens do PSD da Bahia, Lurian Carneiro. O publicitário, que foi candidato pelo partido ao cargo de vice-prefeito da cidade de Tanquinho, no interior do Estado, disse ter recebido com surpresa a notícia de que a Ford está interrompendo sua produção na Bahia e no Brasil. “Uma empresa que teve todo apoio e ajuda em nosso Estado, teve aprovação da convalidação e ampliação dos incentivos fiscais e agora nesse momento delicado da nação, tomar essa decisão de forma inesperada”.

Para ele, “a Ford não tinha nenhuma razão para deixar o Polo Industrial de Camaçari, diante de todo apoio e incentivo que recebeu durante todos esses anos. É uma empresa sem compromisso social. A Ford pratica o capitalismo selvagem”.

Na condição de Coordenador Estadual do PSD Jovem da Bahia, disse Lurian Carneiro, “repudio com veemência essa atitude do fechamento das unidades no Brasil da Ford, especialmente aqui em nosso Estado da Bahia. Vamos agir e acompanhar de perto, para que a empresa cumpra todas as leis trabalhistas e os seus trabalhadores, jovens e suas famílias sejam amparados”.

Decisão difícil

A montadora norte-americana Ford anunciou na segunda-feira (11) que vai fechar suas três fábricas no Brasil neste ano e assumir encargos de cerca de R$ 22,55 bilhões (US$ 4,1 bilhões), já que a pandemia de covid-19 ampliou o nível de ociosidade de sua capacidade de produção.

A produção cessará imediatamente nas fábricas da Ford em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), com a produção de algumas peças ainda sendo mantida por alguns meses para sustentar os estoques para vendas de reposição. A planta da Troller em Horizonte (CE), continuará operando até o quarto trimestre.

A decisão faz parte do plano de reestruturação da montadora na América do Sul, que prevê a produção de SUVs, picapes e veículos elétricos fabricados na Argentina e no Uruguai. “A Ford mantém operações completas de suporte ao cliente com vendas, serviços, peças de reposição e suporte de garantia no Brasil”, afirma a montadora.

A empresa destaca ainda que vai manter o centro de desenvolvimento de produtos na Bahia, o campo de provas em Tatuí (SP) e uma sede regional na capital paulista. “Com mais de um século de atuação na América do Sul e no Brasil, sabemos que essas ações são muito difíceis, mas necessárias para criar um negócio saudável e sustentável”, afirma o presidente e CEO da Ford, Jim Farley.

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