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A cereja no bolo de Kassab

Revista Veja (23/20/2011) – O prefeito de São Paulo, criador do terceiro maior partido do país, busca viabilizar o nome de Meirelles à sua sucessão.

24 de out de 2011 · bancada, eleições, fundo partidário, Kassab, Meirelles, PSD

Revista Veja

Em fevereiro, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, decidiu abandonar o DEM e criar um partido para servir de alternativa à polarização entre PT e PSDB, que domina a política brasileira há duas décadas. Poucos confiaram no sucesso de sua aposta. Oito meses depois, o resultado saiu melhor do que a encomenda. Nesta quarta-feira, em Brasília, Kassab apresenta oficialmente o Partido Social Democrático, que nasce com dois governadores, dois senadores e a terceira maior bancada da Câmara, com 57 deputados, atrás apenas do PT e do PMDB. Como a cereja do bolo do PSD, Kassab conseguiu atrair o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, potencial candidato à prefeitura de São Paulo em 2012.

O prefeito ainda tem um problema a enfrentar. Embora com tanta força política, o PSD não tem direito a tempo de TV na propaganda eleitoral nem a uma parte significativa do Fundo Partidário – dinheiro público que sustenta os partidos. Isso torna a agremiação dependente de alianças para disputar com chance de sucesso as eleições de 2012 e 2014. Para tentarem reverter essa situação, os advogados do PSD apresentarão no início de novembro uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral a fim de conseguir uma fatia do tempo de propaganda e do fundo proporcional ao tamanho de sua bancada. Essa divisão é feita com base no número de deputados federais eleitos. Como a Lei Eleitoral permite que deputados mudem para um partido recém-criado sem perder o mandato, Kassab argumenta que eles também devem levar para a nova sigla seu naco na propaganda eleitoral e na verba do fundo. “Ninguém condicionou sua filiação ao PSD à possibilidade de o partido ter acesso ao tempo de TV ou ao fundo. Mas, sem dúvida, se o tribunal aceitar nossa tese, ficaremos mais competitivos”, afirma o prefeito.

Se tiver sucesso em seu pleito, o PSD se tornará protagonista já nas eleições do ano que vem. Em São Paulo, por exemplo, o partido hoje depende de acordos com pequenas legendas para lançar um candidato sem grande viabilidade. Por isso, estuda até apoiar um nome do PSDB. Num novo cenário, com o terceiro maior tempo na televisão, um candidato como Meirelles entraria na briga com possibilidade de vitória. Nas eleições de 2014, Kassab ganharia força para disputar o governo ou o Senado. Os próprios aliados de Kassab, porém, consideram que a missão não será fácil. Além dos adversários de sempre – PSDB e DEM, que perderam força com a chegada do novo partido –, agora o governo e o PT também vão se opor na Justiça à tese do PSD. Uma coisa é ter um aliado no Congresso que não ameaça as eleições. Outra é criar um rival poderoso. Mas, como já ficou claro na criação do partido, não é bom duvidar das apostas de Kassab.

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